Esta espécie pertence à Ordem Passeriformes.

A laverca é uma das aves mais características das terras altas de Portugal, enchendo os cumes das serras com o seu canto interminável.

 

Taxonomia

Ordem: Passeriformes
Família: Alaudidae
Género: Alauda
Espécie: Alauda arvensis Linnaeus, 1758
Subespécies: 13

Em Portugal ocorrem duas subespécies: a nominal como invernante e A. a. sierrae como nidificante (algumas autoridades consideram a existência de uma subespécie adicional como nidificante no norte do país, A. a. guillelmi).

Identificação

Ave totalmente castanha, de padrão riscado, maior que um pardal. Sem sinais particulares na plumagem, a não ser a pequena poupa que nem sempre é visível. Quando pousa no meio da vegetação, esconde-se entre as ervas e pode ser muito difícil de ver. O seu canto, emitido em voo, pode prolongar-se ininterruptamente durante vários minutos.

Sons

Para ouvir a vocalização da laverca, clique na seta abaixo!

Abundância e Calendário

Embora possa ser observada em Portugal durante todo o ano, a laverca apresenta distribuições diferentes consoante a época do ano. Durante a Primavera e o Verão, ocorre sobretudo a norte do Tejo. Privilegia as terras altas, sendo especialmente comum acima dos 800 ou 900 metros de altitude. Contudo, também ocorre ao nível do mar, como acontece na lezíria do Tejo. No Inverno pode ser vista, por vezes em bandos muito numerosos, nas terras baixas do sul do país, especialmente em terrenos cultivados ou restolhos.

Mapas

Onde Observar

Na Primavera pode ser vista com mais facilidade nas terras altas do norte; no Outono e no Inverno a sua observação é mais fácil nas terras baixas do sul.

 

Entre Douro e Minho – a serra da Peneda é o principal local de ocorrência durante a época de cria.

 

Trás-os-Montes – pode ser vista nas serras do Gerês, do Larouco, da Coroa e de Montesinho.

 

Litoral centro – durante a época de cria pode ser vista nas zonas mais altas da serra de Sicó e da serra de Aire. No Inverno ocorre nas zonas baixas do litoral, como a lagoa de Óbidos.

 

Beira interior – a serra da Estrela, que suporta uma boa densidade de lavercas nidificantes, é um dos melhores locais para observar esta espécie durante a Primavera; outros locais de ocorrência são o planalto de Riba Côa e a serra de Montemuro. No Inverno a espécie aparece em terras mais baixas, por exemplo junto à albufeira da Marateca.

 

Lisboa e Vale do Tejo – é comum no estuário do Tejo (lezírias da Ponta da Erva e também na vizinha zona de Pancas), onde ocorre durante todo o ano. Pode também ser vista na serra de Montejunto. Adicionalmente, no Inverno, observa-se com regularidade no cabo Espichel e junto ao paul do Boquilobo.

 

Alentejo – pode ser vista um pouco por toda a região, sendo especialmente comum nas zonas de Alpalhão, Beja, Mourão e Castro Verde. Também ocorre no estuário do Sado.

 

Algarve – ocorre principalmente como invernante, podendo ser vista no paul de Lagos, na ria de Alvor, no sapal de Castro Marim e nos terrenos envolventes da lagoa dos Salgados; observa-se ainda na zona do cabo de São Vicente (neste local poderá haver uma pequena população reprodutora, pois a espécie também se observa durante o resto do ano).

 

Saber Mais

A identificação de cotovias e calhandras constitui, muitas vezes, um desafio, pois as espécies deste grupo têm muitas parecenças entre si. No webinário “Identificação de cotovias e calhandras”, cuja gravação aqui partilhamos, descrevem-se as principais características que ajudam a distinguir as várias espécies.