O borrelho-pequeno-de-coleira é uma graciosa limícola que nidifica nas margens de ribeiras e açudes do interior do país. Surpreendido por um observador, enceta um curioso “teatro” em que simula uma asa partida, tentando assim distrair o observador da presença do ninho.
Taxonomia
Ordem: Charadriiformes
Família: Charadriidae
Género: Charadrius
Espécie: Charadrius dubius Scopoli, 1786
Subespécies: 3
Em Portugal ocorre a subespécie C. d. curonicus.
Identificação
À primeira vista, esta pequena limícola parece uma versão ligeiramente mais reduzida do borrelho-grande-de-coleira. Contudo, uma observação atenta permitirá identificá-lo correctamente. As características mais distintivas são: as patas amareladas (e não alaranjadas), o anel ocular amarelo e, em voo, a ausência de risca alar. A vocalização (que no caso do borrelho-pequeno-de-coleira é descendente) constitui, igualmente, uma forma segura de distinguir os dois borrelhos.
Sons
Para ouvir a vocalização do borrelho-pequeno-de-coleira, clique na seta abaixo!
Abundância e Calendário
Contrariamente à maioria das limícolas que ocorrem em Portugal, o borrelho-pequeno-de-coleira é estival e não frequenta habitualmente zonas de água salgada, preferindo ribeiras e charcas de água doce. Assim, é mais fácil encontrá-lo no interior do território. É mais frequente no interior alentejano,embora também ocorra no resto do país.A espécie pode geralmente ser observada nas zonas de reprodução entre Março a Setembro,havendo registos ocasionais da sua ocorrência durante o Inverno. Durante as épocas de migração também ocorre junto à faixa costeira.
Mapas
Onde Observar
Este borrelho distribui-se de norte a sul do território, mas é consideravelmente mais fácil de encontrar no Alentejo que no resto do país.
Entre Douro e Minho – raro nesta região, pode ser visto principalmente ao longo do vale do rio Lima. |
Trás-os-Montes – pouco comum, pode ser visto junto a pequenos açudes da Terra Quente. |
Litoral Centro – pouco comum, pode ser visto principalmente nas terras baixas do litoral, nomeadamente na zona da ria de Aveiro (arrozais de Salreu), na lagoa de Mira e no rio Arunca junto a Pombal. |
Beira interior – os melhores locais para observar o borrelho-pequeno-de-coleira são as barragens e os açudes da Beira Baixa, nomeadamente no Tejo Internacional e na campina de Idanha; mais para norte, ocorre localmente no planalto de Vilar Formoso e junto às albufeiras de Vilar e de Santa Maria de Aguiar. Também pode ser visto no rio Erges, em Segura, e ao longo do vale do Zêzere, perto da Covilhã. |
Lisboa e Vale do Tejo – distribui-se sobretudo para sul do Tejo e pode ser visto ao longo do vale do Sorraia e de alguns dos seus afluentes, na zona de Coruche; a norte do Tejo é menos frequente e mais localizado, pode ser visto por exemplo no rio Nabão, em Tomar. |
Alentejo – o Alentejo é, provavelmente, a melhor zona do país para observar esta espécie – os locais onde esta é mais frequente incluem algumas albufeiras de margens pouco declivosas, como as albufeira do Alqueva, de Odivelas, do Roxo ou do Monte da Rocha, a barragem da Póvoa, ou a lagoa dos Patos, bem como os açudes de pequena dimensão que existem um pouco por toda a região, por exemplo nas zonas de Nisa ou de Alter do Chão. Este borrelho pode também ser visto com alguma facilidade ao longo de algumas ribeiras de areia e cascalheira, como a ribeira de Sor, junto à albufeira de Montargil ou a ribeira do Divor. Refira-se ainda o aterro sanitário de Beja, onde a espécie pode ser vista a pequena distância. |
Algarve – pode ser visto sobretudo no interior da província, nomeadamente nas ribeiras da região de Alcoutim; durante as épocas de passagem migratória, onde ocorre com regularidade junto à costa, por exemplo na ria de Alvor. |
Saber Mais
Se tem dificuldades na identificação de borrelhos, sugerimos-lhe a visualização desta pequena apresentação, na qual recordamos os principais aspectos a ter em conta para uma correcta identificação das várias espécies. Basta clicar na seta abaixo: