Esta espécie pertence à Ordem Galliformes.

Quem nunca ouviu o canto, repentino e bastante audível, que em nada faz lembrar uma ave de pequenas dimensões? Contudo, apesar de ser facilmente localizável pelo seu canto, a codorniz não é fácil de ver, excepto quando levanta quase sob os pés do observador.

 

Taxonomia

Ordem: Galliformes
Família: Phasianidae
Género: Coturnix
Espécie: Coturnix coturnix (Linnaeus, 1758)
Subespécies: 5

No continente ocorre a subespécie nominal. Nos Açores está presente a subespécie C. c. conturbans.

Identificação

É muito difícil de observar esta pequena e rechonchuda ave, já que muito facilmente passa despercebida devido ao seu mimetismo. A forma do corpo é a característica mais evidente, pois apresenta um padrão ocre malhado, extremamente semelhante ao padrão do ambiente envolvente que a rodeia. O centro preto da garganta do macho, bem como as listas que ambos os sexos apresentam no dorso e nos flancos, podem ajudar na identificação, caso seja possível observar a ave em pormenor. É o seu canto trissilábico, muito característico, que geralmente denuncia a sua presença.

Sons

Para ouvir a vocalização da codorniz, clique na seta abaixo!

Abundância e Calendário

Localmente, pode ser abundante, nomeadamente em zonas de ervas altas. No entanto, de uma forma geral a codorniz não é uma ave muito comum. Ocorre como invernante, sobretudo nas zonas húmidas do sul, mas é uma espécie maioritariamente estival, encontrando-se no nosso território principalmente entre Março e Outubro. Distribui-se de forma esparsa de norte a sul do país, ocorrendo sobretudo em zonas agricultadas, tanto em planície como em planalto.

Mapas

Onde Observar

Apesar de furtiva, pode ser facilmente detectada pelo seu canto, tanto em zonas húmidas de grande dimensão, como em pequenos lameiros, bastando que haja boa densidade de vegetação rasteira, e em zonas de relativa humidade.

 

Entre Douro e Minho – frequente em zonas como a Veiga da Areosa e o estuário do Cávado.

 

Trás-os-Montes – nesta região, pode ser ouvida facilmente na parte oriental da serra do Gerês e também no planalto transmontano, por exemplo na zona de Miranda do Douro e na serra da Coroa.

 

Litoral centro – ocorre no baixo Mondego e junto da lagoa de Óbidos, sendo estes os melhores locais para encontrar a espécie.

 

Beira interior – é mais comum na zona raiana, nomeadamente no planalto de Riba Côa e na campina de Idanha-a-Nova. Localmente ocorre também na serra da Estrela.

 

Lisboa e Vale do Tejo – perto de Lisboa, pode ser ouvida nas lezírias da Ponta da Erva e em Pancas (estuário do Tejo).

 

Alentejo – é nesta região que a codorniz é mais fácil de encontrar, sobretudo nas zonas de Nisa, barragem da Póvoa, Alter do Chão, Elvas, São Cristóvão e Évora, na região norte, e Mourão, albufeira de Alqueva, Beja e Castro Verde, na metade sul. Durante o Inverno é relativamente frequente nalgumas zonas húmidas como o estuário do Sado e a lagoa dos Patos.

 

Algarve – nesta região ocorre tanto em zonas húmidas como o Ludo, o paul de Lagos, o estuário do Arade e a lagoa dos Salgados, como em zonas mais secas – por exemplo, junto ao cabo de São Vicente, no planalto do Rogil e na serra do Caldeirão.

 

Saber Mais

Partilhamos aqui o episódio das “conversas sobre aves” dedicado à codorniz. Falamos das dificuldades de observação desta pequena ave, de várias peculiaridades relacionadas com a sua reprodução, dos padrões migratórios, da caça, da hibridação com a codorniz-japonesa e da evolução populacional. No final, mencionamos a situação taxonómica das populações da Madeira e dos Açores e uma estranha doença chamada coturnismo.