Esta espécie pertence à Ordem Piciformes.

O voo ondulante deste pica-pau, o seu chamamento áspero ou o seu tamborilar são geralmente o primeiro sinal da sua presença. Esta ave pousa geralmente nos troncos das árvores, mas também aprecia velhos postes telefónicos, à beira da estrada.

 

Taxonomia

Ordem: Piciformes
Família: Picidae
Género: Dendrocopos
Espécie: Dendrocopos major (Linnaeus, 1758)
Subespécies: 24

Em Portugal ocorre a subespécie D. m. hispanus.

Identificação

Devido aos seus hábitos florestais, e às características destes habitats, esta espécie pode ser de difícil observação, e passível de ser confundida com o seu congénere pica-pau-galego. Diferencia-se sobretudo pelas maiores dimensões, e, no caso dos machos, pela presença de uma mancha vermelha na nuca, bem contrastante com o padrão preto e branco do resto do corpo, e pela tonalidade avermelhada do abdómen. Os juvenis possuem um capucho vermelho que os pode fazer confundir com a congénere mais pequena, mas, quando em voo, as “janelas” brancas nas asas são bastante visíveis e permitem uma identificação segura. É bastante comum escutar o tamborilar acelerado desta espécie, sendo audível a grandes distâncias,como se tratasse de uma matraquear violento e rápido.

Sons

Para ouvir a vocalização do pica-pau-malhado, clique na seta abaixo!

Abundância e Calendário

O pica-pau-malhado-grande é residente em Portugal e na maioria dos locais onde ocorre está presente ao longo de todo o ano. Ainda assim, parece haver alguma dispersão nos meses de Verão, havendo então observações em locais junto à costa onde habitualmente não ocorre. É uma espécie comum ao longo dos habitats florestais do nosso território, especialmente em carvalhais, pinhais, sobreirais e azinhais. É raro ou está ausente em planícies desarborizadas e em zonas montanhosas, acima dos 1000 metros.

Mapas

Onde Observar

Os melhores locais para observar este pica-pau estão relacionados com manchas extensas de floresta.

 

Entre Douro e Minho – este pica-pau pode ser visto na serra da Peneda e na parte ocidental da serra do Gerês. Ocorre igualmente nas lagoas de Bertiandos, na veiga de São Simão e em Guimarães.

 

Trás-os-Montes – na região transmontana, sugerem-se o parque da Corujeira, em Montalegre (serra do Larouco), a serra do Alvão e a serra de Montesinho.

 

Litoral centro – é comum em zonas de pinhal, por exemplo nas Dunas de São Jacinto, na região de Mira, no Pinhal de Leiria e junto à lagoa das Braças. Também se observa na serra de Aire e na zona de Estarreja-Salreu.

 

Beira interior – pode ser encontrado com facilidade na região de Viseu (incluindo a lagoa da Urgeiriça), assim como nos pinhais de Celorico da Beira, na zona do Sabugal e nos andares inferiores da serra da Estrela.

 

Lisboa e Vale do Tejo – os melhores locais são a serra de Sintra e os montados de Pancas, junto ao estuário do Tejo, sendo também possível observar este pica-pau na Mata da Machada, na serra da Arrábida e no cabeço de Montachique.

 

Alentejo – pode ser visto com facilidade na serra de São Mamede, nos montados de Cabeção e Arraiolos, no estuário do Sado, nos pinhais da zona de Grândola, na região de Moura e na zona de Barrancos, nos pinhais junto à lagoa de Santo André, bem como em muitas outras zonas densamente florestadas.

 

Algarve – nesta região ocorre principalmente na metade norte da província, nomeadamente nas serras de Monchique, do Espinhaço de Cão e do Caldeirão e ainda no planalto do Rogil.

 

Saber Mais

Partilhamos aqui a gravação do webinário “O pica-pau-malhado“, realizado em Outubro de 2022, que lhe permitirá ficar a saber mais sobre esta espécie, nomeadamente as características identificativas, a alimentação, a distribuição, os movimentos e as subespécies existentes.

 

 

 

Poderá também interessar-lhe a “conversa sobre aves” dedicada a esta espécie. Entre os aspectos abordados na conversa temos: a taxonomia, a distribuição, os movimentos dispersivos dos juvenis e os movimentos irruptivos das populações nórdicas. Para terminar, salientamos algumas particularidades da anatomia desta espécie.

 

 

 

Por fim, sugerimos a visualização deste pequeno tutorial que resume o essencial sobre a identificação das espécies de pica-paus que ocorrem em Portugal.

 

 

 

Ligações externas