Esta espécie pertence à Ordem Passeriformes.

O nome francês desta escrevedeira (“Bruant zizi”) descreve de forma apropriada o seu canto, que consiste numa única nota repetida em longas sequências com a duração de vários segundos: zi-zi-zi-zi-zi-zi-zi-zi-zi.

 

Taxonomia

Ordem: Passeriformes
Família: Emberizidae
Género: Emberiza
Espécie: Emberiza cirlus Linnaeus, 1766
A espécie é monotípica.

Identificação

As riscas pretas e amarelas que o macho tem na cabeça tornam-no relativamente fácil de identificar. O ventre é amarelo e o dorso é riscado de castanho. A fêmea apresenta um padrão semelhante mas as riscas são muito ténues podendo confundir-se com a escrevedeira-amarela. Tal como as outras escrevedeiras,apresenta uma ondulação na mandíbula inferior, o que confere ao bico uma forma característica.

Sons

Para ouvir a vocalização da escrevedeira-de-garganta-preta, clique na seta abaixo!

Abundância e Calendário

Esta escrevedeira distribui-se de norte a sul do país e é razoavelmente comum, excepto na parte oriental do Baixo Alentejo e do Algarve onde se torna rara. Aprecia paisagens agrícolas em mosaico, onde as sebes ou matos esparsos confinam com terrenos agrícolas, e também orlas de bosquetes. É uma espécie residente, que raramente é observada fora dos seus locais habituais de ocorrência.

Mapas

Onde Observar

O interior norte e o litoral centro parecem ser as regiões onde a espécie é mais fácil de observar.

 

Entre Douro e Minho – pode ver-se no estuário do Minho, no Corno de Bico e nas serras de Fafe.

 

Trás-os-Montes – bastante comum nesta região, pode ver-se com facilidade na serra do Alvão, na serra da Coroa e na zona de Miranda do Douro. Também se observa junto a Barca d’Alva.

 

Litoral centro – razoavelmente comum e bem distribuída, pode ser vista com facilidade junto à lagoa de Óbidos, na zona da lagoa da Ervedeira e na serra de Aire. Também ocorre na zona de Albergaria-a-Velha.

 

Beira interior – distribui-se pela maior parte da Beira Alta, embora evite zonas de altitude; pode observar-se em Celorico da Beira, na lagoa da Urgeiriça, no planalto de Riba Côa, na zona do Sabugal e junto à albufeira de Vilar.

 

Lisboa e vale do Tejo – pode ser vista com regularidade em Cheleiros, nas serras de Sintra, Montejunto e Arrábida e no cabo Espichel. Por vezes também se observa na lagoa de Albufeira.

 

Alentejo – a serra de São Mamede, a barragem de Montargil e o estuário do Sado são alguns dos melhores locais para observar esta espécie no Alentejo. A espécie também ocorre junto a barragem do Maranhão.

 

Algarve – a escrevedeira-de-garganta-preta é pouco comum no Algarve, encontrando-se restrita à parte ocidental da região; o planalto do Rogil e as serras de Monchique e do Espinhaço de Cão são as áreas onde é mais fácil encontrá-la.

 

Saber Mais

No episódio das “conversas sobre aves” que aqui partilhamos falamos da escrevedeira-de-garganta-preta. Abordamos as vocalizações, a origem do nome científico, a distribuição, os movimentos e a tendência populacional. Explicamos o que é a antiga categoria SPEC 4 da BirdLife. E fazemos ainda referência à subespécie “Emberiza cirlus portucaliae“, que foi descrita para o norte do país, mas que actualmente não é reconhecida.

 

 

 

Sugerimos igualmente a visualização deste pequeno tutorial sobre a identificação de escrevedeiras.