Esta espécie pertence à Ordem Charadriiformes.

Eis um exemplo das adaptações das aves ao tipo de alimento que buscam. Neste caso, estamos na presença de uma ave com bico curvado para cima e longo que utiliza para capturar invertebrados no lodo.

 

Taxonomia

Ordem: Charadriiformes
Família: Scolopacidae
Género: Limosa
Espécie: Limosa lapponica (Linnaeus, 1758)
Subespécies: 4

Em Portugal ocorre a subespécie nominal.

Identificação

Ao observador, a característica mais saliente desta espécie é o seu enorme bico, fino e ligeiramente encurvado para cima. O aspecto geral é semelhante ao maçarico-de-bico-direito, diferenciando-se pelo dorso mais malhado, patas e corpo mais pequenos. Em voo, são visíveis mais algumas diferenças, como a cauda barrada e a ausência de painéis brancos nas asas. Na plumagem de Verão, o bico é escuro, assim como o dorso. Nessa época, o macho e a fêmea apresentam diferenças nas tonalidades, sendo o primeiro vermelho-ruivo nas faces, pescoço, peito e abdómen, enquanto a fêmea é mais pálida. Na plumagem de Inverno, apresentam uma plumagem acastanhada, com o dorso riscado.

Abundância e Calendário

O fuselo é um migrador de passagem e invernante. A população invernante concentra-se quase unicamente em apenas três ou quatro grandes zonas húmidas, enquanto que durante as passagens surge com mais frequência em pequenas lagoas e estuários. O melhor período de observação situa-se entre os meses de Outubro e Fevereiro, sendo esta uma espécie regular junto a grandes zonas estuarinas e sistemas lagunares junto ao litoral. Ocorre também em alguns pauis e rias do nosso território.

Mapas

Onde Observar

Esta limícola encontra-se sobretudo nas grandes zonas húmidas do país, sendo mais comum na metade sul do território. É muito rara no interior do país.

 

Entre Douro e Minho – pouco frequente nesta região, pode, ainda assim, ser observada nos estuários do Lima, do Cávado e do Douro, embora em baixos números.

 

Litoral Centro –  a ria de Aveiro e a lagoa de Óbidos são os melhores locais de observação; por vezes também se observa no estuário do Mondego.

 

Lisboa e Vale do Tejo – pode atingir concentrações grandes no estuário do Tejo, que é dos melhores locais para a observação da espécie, sendo de referir nomeadamente: as lezírias da Ponta da Erva (incluindo os arrozais da Giganta), as margens lodosas perto de Pancas, o sítio das Hortas e o sapal de Corroios. O fuselo também é regularmente observado no Parque do Tejo. Por vezes aparece na lagoa de Albufeira.

 

Alentejo – trata-se de um invernante comum no estuário do Sado, pelo que esta zona proporciona boas oportunidades de observação desta limícola, assim como a lagoa de Santo André, onde está presente durante a passagem migratória.

 

Algarve – sem dúvida que a ria Formosa é o melhor local de observação do fuselo, que pode ser observado com facilidade nas zonas lodosas e de sapal como nas proximidades de Quatro Águas, de Cacela Velha e nas salinas do aeroporto de Faro. Ainda como locais interessantes para a observação da espécie encontram-se a foz do rio Guadiana e a ria de Alvor; ocasionalmente esta limícola aparece na lagoa dos Salgados ou junto à Quinta do Lago; na costa ocidental pode ocasionalmente ser visto na Carrapateira e na ribeira de Aljezur, durante a passagem migratória.

 

Saber Mais

Se desejar saber mais acerca do fuselo e das outras espécies de “grandes maçaricos” (géneros Limosa e Numenius) sugerimos que veja a gravação do webinário que fizemos sobre este tema em Fevereiro de 2023. Para o efeito, basta clicar na seta abaixo:

 

 

Documentação

Ficha do fuselo no Plano Sectorial da Rede Natura 2000

Ligações externas