Esta espécie pertence à Ordem Charadriiformes.

O espectáculo de observar um bando de 30 mil aves a tornear no ar, como uma onda que alterna entre o castanho e o branco em contraste com o verde do montado ou o azul do céu.

 

Taxonomia

Ordem: Charadriiformes
Família: Scolopacidae
Género: Limosa
Espécie: Limosa limosa (Linnaeus, 1758)
Subespécies: 4

Em Portugal ocorrem as subespécies nominal e L. l. islandica.

Identificação

Limícola de médio porte, acastanhada, de bico comprido e direito. A barra preta na cauda em contraste com o uropígio branco e a banda alar branca larga dão-lhe um ar inconfundível em voo. A espécie com que mais facilmente se pode confundir é o fuselo, do qual se diferencia por possuir um porte mais elegante derivado do pescoço, bico e pernas mais compridas. No entanto, as características que os distinguem mais facilmente são a ausência de riscas na cauda e o branco do uropígio não se prolongar para o dorso nos maçaricos-de-bico-direito. Na plumagem de inverno o dorso é mais liso do que o do fuselo, possuindo este último o bico levemente curvado para cima.

Sons

Para ouvir a vocalização do maçarico-de-bico-direito, clique na seta abaixo!

Abundância e Calendário

O maçarico-de-bico-direito ocorre em Portugal como migrador de passagem e invernante. Durante a migração pré-nupcial, que nesta espécie é precoce ocorrendo nos meses de Janeiro e Fevereiro, é comum a presença de mais de 50 mil aves em Portugal, a maioria em arrozais. No inverno e durante a migração pós-nupcial, que se inicia em finais de Junho, a espécie é menos comum (5 a 10 mil aves).

Mapas

Onde Observar

O maçarico-de-bico-direito ocorre predominantemente em zonas húmidas costeiras, como estuários, salinas e arrozais.

 

Entre Douro e Minho – tem sido registado com regularidade no estuário do Douro, embora estes avistamentos se resumam a apenas alguns indivíduos. Também já tem sido observado no estuário do Cávado.

 

Litoral centro – é muito menos abundante na metade norte do território, que na metade sul, sendo o melhor local nesta região a ria de Aveiro.

 

Lisboa e Vale do Tejo – toda a área do estuário do Tejo alberga as maiores concentrações desta espécie em Portugal. Pode ser observada, sobretudo no período entre Julho e Março, destacando-se o Parque do Tejo, a baía do Montijo, o sítio das Hortas, as salinas do Samouco e de Alverca ou o sapal de Corroios. Também ocorre na ribeira de Santo Estêvão e nos pauis de Salvaterra e de Muge. Ocasionalmente observam-se pequenos bandos no paul da Barroca.

 

Alentejo – o estuário do Sado é o melhor local para a busca desta espécie, nomeadamente os arrozais do Zambujal e do Monte Novo de Palma. Noutros locais, como a lagoa dos Patos e a lagoa de Santo André, ocorre com regularidade, embora em baixos números.

 

Algarve – nesta região, o maçarico-de-bico-direito ocorre sobretudo nas salinas de Tavira, na ria Formosa e na reserva de Castro Marim. Por vezes observa-se no estuário do Arade, na lagoa dos Salgados ou junto à Quinta do Lago.

 

Saber Mais

Se desejar saber mais acerca do maçarico-de-bico-direito e das outras espécies de “grandes maçaricos” (géneros Limosa e Numenius) sugerimos que veja a gravação do webinário que fizemos sobre este tema em Fevereiro de 2023. Para o efeito, basta clicar na seta abaixo:

 

 

Documentação

Ficha do maçarico-de-bico-direito no Plano Sectorial da Rede Natura 2000

Ligações externas