Esta espécie pertence à Ordem Charadriiformes.

Embora não seja uma raridade, é uma das espécies que mais tardiamente entra na lista dos observadores de aves, devido aos terrenos que frequenta e aos seus hábitos particularmente furtivos.

 

Taxonomia

Ordem: Charadriiformes
Família: Scolopacidae
Género: Lymnocryptes
Espécie: Lymnocryptes minimus (Brünnich, 1764)
A espécie é monotípica.

Identificação

É uma limícola pequena e muito difícil de observar, pois possui um mimetismo que a torna “invisível”, mesmo para o mais treinado dos olhares. Embora se assemelhe à narceja-comum é muito mais pequena (cerca de metade do tamanho); o padrão da plumagem, em tons de castanho, é semelhante ao das outras narcejas, apresentando porém, no dorso, reflexos de verde-arroxeado; tem um bico e patas mais curtos, um voo mais lento (por vezes «borboleante»), levantando a poucos metros de distância do intruso. Além do mais é silenciosa e, quase sempre, pousa «à vista» do observador, a 100-200 metros de distância no máximo.

Abundância e Calendário

No nosso país é uma espécie invernante, chegando as primeiras aves a partir de Outubro e podendo ser observadas entre nós até final de Março/início de Abril. Frequenta os mesmos habitats da narceja-comum, tendo, no entanto, uma nítida preferência por arrozais e zonas de paul. Ocorre de norte a sul, sobretudo nas zonas húmidas do litoral, sempre em número escasso, desde que encontre zonas alagadiças favoráveis e onde o nível de água não seja muito alto. No interior, a norte do Tejo, a sua ocorrência é muito rara.

Mapas

Onde Observar

Os arrozais e os terrenos alagados são os melhores locais para procurar esta pequena narceja.

 

Litoral centro – Os melhores locais para encontrar esta espécie situam-se na ria de Aveiro (particularmente a zona de Salreu), assim como nos arrozais e pauis da bacia do Mondego (Quinta do Canal, Bizorreiro de Lavos, Foja).

 

Lisboa e vale do Tejo – pode ser observada em bons números no estuário do Tejo, nomeadamente nos arrozais da Ponta da Erva e nos juncais das Marinhas da Saragoça, bem como nas zonas envolventes de Samora Correia, Benavente, Salvaterra de Magos e paul da Barroca.

 

Alentejo – na bacia do Sado pode ser vista nas várzeas de Alcácer do Sal, Santa Catarina, Rio de Moinhos, Moinho da Ordem, Comporta e Alvalade e, junto ao estuário do Sado, nos arrozais do Zambujal, Monte Novo, Terça, Batalha e Carrasqueira.

 

Algarve – ocasionalmente observa-se na ria de Alvor.

 

Documentação

Ficha da narceja-galega no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (edição 2005)