Esta espécie pertence à Ordem Passeriformes.

Eis um dos mais pequenos passeriformes da nossa avifauna, mas simultaneamente com um dos cantos mais poderosos e melódicos.

 

Taxonomia

Ordem: Passeriformes
Família: Troglodytidae
Género: Troglodytes
Espécie: Troglodytes troglodytes (Linnaeus, 1758)
Subespécies: 28

Em Portugal nidifica a subespécie nominal.

Identificação

Trata-se de umas das silhuetas mais características da nossa avifauna, com corpo pequeno e compacto, cauda curta e que habitualmente levanta em ângulo recto relativamente ao resto do corpo. A tonalidade geral é castanho-claro, mais escuro no dorso que nas partes inferiores, possuindo uma lista supraciliar pálida. As primárias possuem pequenas pintas claras visíveis e os flancos são pintalgados.

Sons

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Abundância e Calendário

A carriça é relativamente abundante ao longo do território, com excepção das zonas mais secas e abertas do sul e sudeste alentejano e do litoral algarvio. Está presente em todos os meses do ano, pois trata-se de uma espécie residente no nosso território.

Mapas

Onde Observar

Trata-se de uma ave intimamente associada com galerias rípicolas, zonas de matos densos, silvados e sebes, inclusive em parques e jardins urbanos.

 

Entre Douro e Minho – muito abundante nesta região, pode ser observada em locais como as serras do Gerês e da Peneda, as lagoas de Bertiandos, e perto de centros urbanos junto a rios, como Ponte de Lima e Caminha. Ocorre também no Parque da Cidade do Porto, em Guimarães, no estuário do Minho e no Corno de Bico.

 

Trás-os-Montes – espécie comum nesta região, estando presente nas serras de Montesinho e da Coroa, na serra do Larouco, na serra da Nogueira, na serra do Alvão, na albufeira do Azibo, no baixo Sabor e na zona de Miranda do Douro.

 

Litoral centro – facilmente detectada nesta região, ocorrendo no pinhal de Mira, no pinhal de Leiria, em Pombal, em São Martinho do Porto, no paul de Tornada, na zona da lagoa de Óbidos e nas serras de Aire e Candeeiros.

 

Beira interior – abundante sobretudo na parte norte desta região, estando os melhores locais situados em Vilar Formoso, na zona do Sabugal e em Barca d’Alva. Pode também ser observada nas Portas de Ródão, na albufeira de Vilar, na serra da Estrela e na serra da Gardunha.

 

Lisboa e Vale do Tejo – a serra da Arrábida é um dos melhores locais de observação desta espécie, assim como o cabo Espichel. Também é uma ave comum nas serras de Sintra e de Montejunto, assim como em algumas zonas densamente florestadas em redor do estuário do Tejo, como é o caso de Pancas e da Mata da Machada. A carriça pode igualmente ser observada em parques e jardins das cidades de Lisboa e Tomar e no parque municipal do cabeço de Montachique.

 

Alentejo – os melhores locais de observação são o estuário do Sado, Marvão, a zona de Castelo de Vide, a ribeira do Divor, a lagoa de Santo André e a barragem do Alqueva. Também se observa junto à barragem de Odivelas.

 

Algarve – a serra de Monchique é o melhor local para observar esta espécie, que também ocorre nas serras de Espinhaço de Cão e do Caldeirão; junto à costa é mais escassa e ocorre sobretudo no sudoeste, particularmente ao longo da costa vicentina, onde pode ser vista nos vales das ribeiras de Odeceixe, Aljezur e Bordeira. Localmente ocorre perto da costa sul, como por exemplo na Boca do Rio.

Saber Mais

Partilhamos a gravação do episódio das “conversas sobre aves” onde o tema é a carriça. Explicamos porque é mais comum a norte que a sul, abordamos o significado do nome científico “Troglodytes” e mencionamos alguns locais invulgares usados por esta espécie para fazer ninho. Na parte final há ainda tempo para falar da migração, do habitat e das causas de mortalidade.