Esta espécie pertence à Ordem Charadriiformes.

Trata-se de um mergulhador que usa o seu bico como um arpão, nadando debaixo de água velozmente perseguindo pequenos peixes. No entanto, é mais vezes observado em passagem muito rápida junto à costa.

Estatuto de ameaça em Portugal:
Criticamente em perigo (resid.) Quase ameaçado (invernada)

Taxonomia

Ordem: Charadriiformes
Família: Alcidae
Género: Uria
Espécie: Uria aalge (Pontoppidan, 1763)
Subespécies: 5

Em Portugal nidifica a subespécie U. a. albionis, ocorrendo também durante o Inverno a subespécie nominal.

Identificação

De coloração preta por cima, e branca nas partes inferiores bastante semelhante a uma torda-mergulheira, distingue-se sobretudo pelo bico fino e pontiagudo. Quando em voo, as patas projectadas para além da cauda e tonalidade mais farrusca das partes inferiores das asas são uma ajuda à identificação, pois o tipo de voo é em tudo semelhante aos outros alcídeos. Frequentemente encontrado poisado na água e a mergulhar, persegue pequenos peixes debaixo de água, usando as asas como «barbatanas».

Abundância e Calendário

Em Portugal, o airo é sobretudo uma ave marinha invernante. A população reprodutora diminuiu gradualmente ao longo das últimas décadas e deverá estar actualmente reduzida a zero casais. Ocorre ao longo de toda a costa continental portuguesa, sendo mais comum à medida que se avança para norte. Pode entrar nas águas protegidas de portos, sobretudo em períodos de tempo adverso. Embora existam fenómenos migratórios, eles são menos expressivos que os relativos aos papagaios-do-mar. A melhor época para observar o airo é entre Novembro e Março. Nas Berlengas ocorria, até há alguns anos, durante a época reprodutora, mas a população local deverá estar extinta.

Mapas

Onde Observar

Embora seja mais facilmente observável a partir de saídas pelágicas, o airo  pode ser detectado junto a praias, promontórios e zonas abrigadas como alguns portos.

Entre Douro e Minho – observável a partir da foz do Cávado e da praia do Camarido (estuário do Minho).

 

Litoral centro –  os melhores locais de observação no nosso território encontram-se nesta região. Pode ser encontrado frente ao cabo Carvoeiro, ao cabo Mondego, e junto à costa entre Quiaios e Mira, assim como frente à praia da Torreira.

 

Lisboa e vale do Tejo – ocorre regularmente frente ao cabo Raso, e também junto ao cabo Espichel. Já foi detectada a presença do porto de Sesimbra.

 

Alentejo – raramente observado junto à costa desta região; o melhor local de observação é o cabo Sardão, onde pode ser avistado durante as passagens migratórias, e no porto de Sines.

 

Algarve – pouco frequente nesta região, pode ser avistado na passagem migratória junto ao cabo de São Vicente e na Ponta da Piedade.

 

Documentação

Ficha do airo no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (edição 2005)

Ficha do airo no Plano Sectorial da Rede Natura 2000

Ligações externas