Esta espécie pertence à Ordem Passeriformes.

Esta pequena toutinegra é uma das aves mais características no nordeste do país.

Estatuto de ameaça em Portugal:
Pouco preocupante
Sabe quando chegam as primeiras toutinegras-carrasqueiras?
Veja as datas aqui.

Taxonomia

Ordem: Passeriformes
Família: Sylviidae
Género: Curruca
Espécie: Curruca iberiae (Svensson, 2013)
A espécie é monotípica.

Identificação

O macho é muito característico e fácil de identificar: peito e ventre cor-de-laranja, cabeça azul-acinzentada e um característico bigode branco. O anel orbital é vermelho. A fêmea apresenta tons mais pálidos, identificando-se pelo seu aspecto “franzino” (por vezes apresenta também um ténue tom rosado no peito). O canto desta espécie assemelha-se ao da felosa-poliglota, sem as imitações iniciais. O chamamento consiste num “tac-tac” seco que faz lembrar o da toutinegra-de-barrete-preto.

Sons

Para ouvir a vocalização da toutinegra-de-bigodes, clique na seta abaixo!

Abundância e Calendário

Embora seja rara no litoral (o que contribui para gerar uma impressão de relativa escassez), esta toutinegra é bastante comum no interior, particularmente no norte e no centro do país. Em certas zonas de Trás-os-Montes é tão comum que chega a ser a ave mais numerosa do género Sylvia. A toutinegra-carrasqueira é uma espécie estival que chega bastante cedo ao território português, sendo habitual observar esta espécie em meados de Março (e, por vezes, em finais de Fevereiro). A passagem migratória outonal dá-se sobretudo em Setembro e Outubro.

Mapas

Onde Observar

A toutinegra-carrasqueira distribui-se sobretudo pela metade interior do país, ocorrendo em zonas de marcada influência mediterrânica.

 

Entre Douro e Minho – muito rara nesta região, ocorre localmente junto à serra do Gerês.

 

Trás-os-Montes – abundante e bem distribuída, pode ser observada com facilidade na serra da Coroa, na serra de Montesinho e ao longo do Douro Internacional (nomeadamente na região de Miranda do Douro). Também ocorre na serra do Alvão.

 

Litoral centro – muito rara na região, ocorre pontualmente nalgumas serras.

 

Beira interior – comum, especialmente nas zonas raianas da Beira Alta, podendo ser vista com facilidade junto à albufeira de Santa Maria de Aguiar, no planalto de Riba Côa e na zona do Sabugal; também ocorre na Beira Baixa.

 

Lisboa e Vale do Tejo – rara nesta zona, por vezes é observada em passagem migratória nas lezírias da Ponta da Erva.

 

Alentejo – pode ser vista com relativa facilidade nas zonas raianas do Alto Alentejo, nomeadamente junto a Castelo de Vide e à barragem da Póvoa; para sul torna-se mais rara, mas é conhecida a sua ocorrência junto ao Guadiana, nas zonas de Mourão e Mértola.

 

Algarve – como nidificante distribui-se pelas serras do interior, podendo ser observada na serras do Caldeirão e de Espinhaço de Cão e ainda nas zonas serranas do nordeste; durante as passagens migratórias ocorre igualmente junto à costa, nomeadamente na zona de Tavira, na ria de Alvor e no cabo de São Vicente.

Saber Mais

Partihamos aqui o episódio das “conversas sobre aves” dedicado a esta espécie. Começamos por falar da área de distribuição, da abundância, das datas de migração e do habitat. Seguidamente abordamos a taxonomia desta espécie, que nos últimos anos sofreu várias alterações, tornando a situação actual algo confusa. Na sequência deste aspecto, salientamos também alguns pontos sobre a identificação.