Esta é a mais pequena das gaivotas europeias, exibindo um voo gracioso mais parecido com o de uma gaivina, deixando ver as suas características asas escuras nas partes inferiores. Alguns afortunados podem ter a sorte de observar esta espécie na sua plumagem nupcial, com a cabeça integralmente preta.
Taxonomia
Ordem: Charadriiformes
Família: Laridae
Género: Hydrocoloeus
Espécie: Hydrocoloeus minutus (Pallas, 1776)
A espécie é monotípica.
Identificação
Estamos na presença da mais pequena gaivota que ocorre regularmente em Portugal. De dimensões mais semelhantes a uma gaivina, possui como caracteres identificativos a cabeça integralmente preta e as asas escuras nas partes inferiores, isto quando em plumagem nupcial. No entanto, no nosso território ocorrem sobretudo aves em plumagem de Inverno, as quais perdem a tonalidade preta da cabeça, apresentando apenas uma pequena mancha auricular e um pequeno capucho escuro. Os juvenis são semelhantes à gaivota-tridáctila, apresentando, tal como os adultos, asas escuras por baixo e penas escuras na parte posterior das asas (o chamado bordo-de-fuga). O seu voo é muito ondulado, como o de uma gaivina, sendo utilizado para apanhar insectos e outras presas de reduzidas dimensões à superfície da água.
Abundância e Calendário
A gaivota-pequena é bastante rara no nosso território. Durante o período de invernada, época em que ocorre entre nós, parece ser uma espécie mais pelágica do que de águas interiores. No entanto, a maioria das observações em Portugal envolve aves presentes em salinas e tanques em zonas estuarinas, com alguns exemplares ocorrendo em pequenos portos, marinas, e praias, onde procura refúgio sobretudo durante temporais. O período de ocorrência desta espécie situa-se entre Novembro e Março, havendo registos esporádicos em Abril.
Mapas
Onde Observar
Como a sua ocorrência é irregular, é difícil indicar locais de fácil observação. Esta espécie parece ser mais frequente durante os períodos de passagem que em pleno Inverno.
Entre Douro e Minho – conhecem-se observações junto às fozes dos principais rios, nomeadamente no estuário do Lima e no estuário do Douro. |
Litoral Centro – existem vários registos da sua ocorrência em Peniche. |
Lisboa e Vale do Tejo – a costa do Estoril reúne a maioria das observações desta espécie na região de Lisboa, conhecendo-se também registos no cabo Raso. |
Alentejo – A gaivota-pequena já foi observada em diversas ocasiões no estuário do Sado (salinas da Mitrena e junto a Tróia). |
Algarve – existem observações na ria de Alvor e em Vila Real de Santo António. |