Esta espécie pertence à Ordem Passeriformes.

Esta é a petinha mais estreitamente ligada aos meios aquáticos, mas apesar de ser comum em arrozais, valas, campos alagados e zonas ribeirinhas pode ser bastante difícil de observar, pois raramente pousa em locais visíveis.

Estatuto de ameaça em Portugal:
Em perigo (pop. residente)
Pouco preocupante (invernada)

Taxonomia

Ordem: Passeriformes
Família: Motacillidae
Género: Anthus
Espécie: Anthus spinoletta (Linnaeus, 1758)
Subespécies: 3

Em Portugal ocorre a subespécie nominal.

Identificação

Esta espécie apresenta duas plumagens distintas: uma no Inverno e outra na Primavera-Verão. Em Portugal observa-se sobretudo a primeira. Assemelha-se às restantes petinhas, possuindo também patas compridas, pintas no peito e tonalidade mais clara nas partes inferiores que nas partes superiores, assim como bico fino e pontiagudo. Quando em plumagem de Inverno, distingue-se pela tonalidade mais escura das patas, pela ausência de marcas fortes no dorso, pela lista supraciliar esbranquiçada e pela distintiva mancha escura nos lados do pescoço, isto na plumagem de Inverno. Em plumagem nupcial, a sua identificação torna-se mais fácil pelo contraste que exibe entre o cinzento da cabeça e tom rosado da garganta e do peito.

Abundância e Calendário

A petinha-ribeirinha pode ser localmente comum, sobretudo, mas não exclusivamente, junto a zonas encharcadas. Existe um pequeno núcleo reprodutor no norte do País, mas a sua ocorrência é sobretudo invernal, pelo que a melhor época de observação decorre de Novembro a Fevereiro, mas muitas aves ficam até Março, podendo então ser vistas já em plumagem nupcial. Os melhores locais de observação e onde ocorrem maiores concentrações, são as imediações dos grandes estuários, sobretudo em campos alagados, e nas zonas de várzea agricultadas das terras baixas. Ocorre igualmente em zonas montanhosas, ocorrendo então longe de água.

Mapas

Onde Observar

Durante o Outono e o Inverno, pode ser vista de norte a sul do país, ao passo que na Primavera se observa unicamente no extremo norte do país.

 

Entre Douro e Minho – rara na região, já foi observada na Primavera na serra da Peneda.

 

Trás-os-Montes – o único núcleo reprodutor conhecido encontra-se na serra de Montesinho, sendo este o único local do país onde a espécie pode ser observada durante a Primavera; também se conhecem registos na zona noutras épocas do ano.

 

Litoral centro –  observa-se nos arrozais de Salreu, na lagoa de Óbidos e, possivelmente, noutras zonas húmidas costeiras.

 

Beira interior – nos meses de Outono pode ser vista com relativa facilidade nos estratos superiores da serra da Estrela, antes da chegada das primeiras neves.

 

Lisboa e Vale do Tejo – é especialmente comum nos arrozais da Giganta (Ponta da Erva); outros locais de ocorrência incluem as salinas de Alverca, a foz do Sizandro, a zona de Cheleiros, a várzea de Loures, a lagoa de Albufeira e o paul da Barroca.

 

Alentejo – os arrozais do estuário do Sado e da lagoa dos Patos, a lagoa de Santo André e a barragem da Póvoa são alguns dos locais de observação da petinha-ribeirinha nesta região.

 

Algarve – pode ser observada com regularidade na reserva de Castro Marim, na lagoa dos Salgados, na ria de Alvor e nas salinas de Odiáxere.

 

 

Saber Mais

Sabia que a petinha-ribeirinha já nidificou em Portugal? Conhece-se uma população diminuta no extremo norte do território, no entanto não é certo que essa população ainda exista. No webinário dedicado a esta espécie apresentamos esta situação em mais detalhe. Para ver a gravação, basta clicar na seta abaixo.

 

 

 

A identificação de petinhas pode ser um desafio complicado, dadas as parecenças entre as várias espécies. Neste pequeno tutorial, que aqui partilhamos, salientamos os aspectos a ter em atenção para as distinguir.

 

 

 

Documentação

Ficha da petinha-ribeirinha no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (edição 2005)