A observação de um melro-d’água a mergulhar ou a “dançar” sobre uma pedra é um dos espectáculos mais fascinantes que a avifauna portuguesa tem para nos oferecer.
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Taxonomia
Ordem: Passeriformes
Família: Cinclidae
Género: Cinclus
Espécie: Cinclus cinclus (Linnaeus, 1758)
Subespécies: 14
Em Portugal ocorre a subespécie nominal.
Identificação
Pequeno e rechonchudo, com a cauda curta. A plumagem é predominantemente castanha, saltando à vista a enorme mancha branca no peito. É o único passeriforme que mergulha. O seu voo é rápido e directo, como uma seta.
Sons
Para ouvir a vocalização do melro-d’água, clique na seta abaixo!
Abundância e Calendário
O melro-d’água é pouco comum em Portugal. Distribui-se principalmente pelas terras altas do norte e do centro, podendo ser visto na maioria das serras portuguesas. É uma espécie residente, que pode ser observada nos locais de reprodução durante todo o ano.
Mapas
Onde Observar
Os melhores locais de observação do melro-d’água são os ribeiros de torrente rápida, sobretudo em montanha.
Entre Douro e Minho – a serra da Peneda e as serras de Fafe são os locais mais favoráveis à observação desta espécie. |
Trás-os-Montes – ocorre nas principais serras da região, como a serra do Gerês, a serra de Montesinho, a serra da Nogueira e a serra do Alvão. |
Litoral centro – a serra da Lousã e o rio Paiva na zona de Castelo de Paiva deverão ser os melhores locais para procurar esta espécie. |
Beira interior – a serra da Estrela é, provavelmente, o melhor local do país para observar o melro-d’água. Outros locais onde ocorre incluem a zonas de Celorico da Beira e Oliveira do Hospital. |
Alentejo – há alguns anos foi confirmada a sua nidificação na zona de Marvão, mas a espécie deixou de ser observada no local. |
Saber Mais
O melro-d’água é um curioso passeriforme que vive em cursos de água e consegue mergulhar. Nesta Conversa sobre Aves, falamos da sua distribuição em Portugal e dos locais onde pode ser visto actualmente, assim como de alguns sítios onde já ocorreu no passado, referindo alguns factores relevantes para a sua presença. Comentamos os resultados do terceiro atlas, o estatuto de ameaça e os valores das estimativas populacionais. Na parte final, abordamos algumas adaptações desta espécie ao seu modo de vida e as subespécies existentes.