Esta espécie pertence à Ordem Accipitriformes.

Encontramos nesta espécie um desafio de identificação, dadas as enormes semelhanças com o tartaranhão-caçador. É certamente um dos “exames” para o ornitólogo amador.

Estatuto de ameaça em Portugal:
Criticamente em perigo (resid.) Vulnerável (invernada)

Taxonomia

Ordem: Accipitriformes
Família: Accipitridae
Género: Circus
Espécie: Circus cyaneus (Linnaeus, 1766)
A espécie é monotípica.

Identificação

Este é um tartaranhão bastante semelhante ao seu congénere tartaranhão-caçador. O macho distingue-se fundamentalmente pela ausência de barra preta junto às secundárias, e pela plumagem mais uniformemente azul-prateada nas partes inferiores. No caso das fêmeas, de tonalidade acastanhada, a distinção é mais difícil, baseando-se sobretudo nas dimensões maiores do tartaranhão-azulado, nas asas mais largas e formando uma «barriga» nas secundárias, e na presença de uma pequena barra preta junto às secundárias na parte superior das asas, tal como os machos. O uropígio branco é ligeiramente mais largo.

Abundância e Calendário

Como nidificante, o tartaranhão-azulado apresenta-se como uma espécie rara, de distribuição bastante restringida ao norte do país durante a época de reprodução, alargando mais a sua área de distribuição para sul durante o Inverno, reforçada que fica a população com os contingentes invernantes provenientes das latitudes mais a norte. Tal como os seus congéneres, esta espécie ocorre sobretudo em áreas planas e abertas.

Mapas

Onde Observar

As áreas onde está presente diferem substancialmente do Inverno para a Primavera e Verão, alargando-se para sul durante o período mais frio.

 

Entre Douro e Minho – é uma das poucas regiões onde pode ser observado durante a época de reprodução; a zona de Castro Laboreiro (serra da Peneda) é o melhor local da região para encontrar esta rapina.

 

Trás-os-Montes – durante o período de cria, está presente no planalto da Mourela (serra de Gerês), na serra do Larouco, na zona de Chaves e nas serras do Alvão e de Montesinho.

 

Litoral centro – pouco comum, poderá ser observado no Baixo Mondego durante o Outono e Inverno.

 

Beira interior – trata-se de uma espécie avistada durante o período mais frio do ano, podendo ser encontrada na campina de Idanha e Toulões, sendo rara no resto da região.

 

Lisboa e Vale do Tejo – ocorre com regularidade nas lezírias da Ponta da Erva, estuário do Tejo. Por vezes observa-se nas salinas de Alverca.

 

Alentejo – alguns dos melhores locais de observação, durante o Inverno, encontram-se nesta região, destacando-se as planícies de Castro Verde, Évora e Cuba, mas também no estuário do Sado, na zona de Alpalhão e junto à barragem da Póvoa. Parece também ser regular junto à albufeira de Alqueva.

 

Algarve – alguns exemplares ocorrem junto ao cabo de São Vicente e na ria de Alvor durante a passagem outonal, existindo evidências da invernada da espécie na península de Sagres e na reserva de Castro Marim.

 

Saber Mais

Tem dificuldades na identificação de tartaranhões? Sugerimos que veja esta pequena apresentação, na qual explicamos os critérios a ter em atenção para distinguir as várias espécies.

 

 

Documentação

Ficha do tartaranhão-azulado no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (edição 2005)

Ficha do tartaranhão-azulado no Plano Sectorial da Rede Natura 2000