Surpreende a visão de um falcão totalmente escuro, como acontece com alguns indivíduos desta espécie pouco frequente no nosso país.
Taxonomia
Ordem: Falconiformes
Família: Falconidae
Género: Falco
Espécie: Falco eleonorae Gené, 1839
A espécie é monotípica.
Identificação
O falcão-da-rainha ocorre em dois tipos distintos de plumagem: o tipo escuro e o tipo claro, bastante diferentes entre si. O primeiro caso afigura-se como o mais raro e o mais distinto das restantes espécies, com os indivíduos totalmente castanho-escuros. A tipologia clara caracteriza-se pela tonalidade ocre-avermelhado do peito e abdómen, barrado como os restantes falcões, faces e garganta brancas e dorso escuro. No geral, este falcão é um pouco maior que a ógea e menor que o falcão-peregrino, apresentando asas compridas e cauda comprida, proporcionalmente maiores que as restantes espécies de falcões existentes em Portugal.
Abundância e Calendário
Bastante rara, esta ave de rapina ocorre sobretudo no final do Verão e princípio do Outono. As observações existentes dizem respeito quase exclusivamente ao litoral, muito provavelmente acompanhando a migração de passeriformes que constituem uma das bases da sua alimentação. Existem poucos registos na Primavera, mas estes constituirão observações ocasionais.
Mapas
Onde Observar
O falcão-da-rainha observa-se sobretudo junto à faixa costeira, durante os períodos de passagem migratória.
Lisboa e Vale do Tejo – raro; existem algumas observações no cabo Espichel, mas este é um local onde a presença desta ave é meramente ocasional. |
Alentejo – raro e irregular; existem registos de aves em passagem na lagoa de Santo André e observações muito esporádicas no interior. |
Algarve – os melhores locais para observar o falcão-da-rainha situam-se na zona de Sagres e do cabo de São Vicente, onde a espécie parece ser regular, embora escassa, no final do Verão e no princípio do Outono; existem registos ocasionais noutros locais da região. |
Saber Mais
O falcão-da-rainha nidifica principalmente em ilhas no Mediterrâneo, contando também com populações nas ilhas Canárias e nalgumas zonas costeiras de Marrocos. No final do Verão, estas aves atravessam o continente africano em direcção a Madagáscar, onde passam o Inverno. O nome português e científico desta espécie homenageiam Elanora de Arborea, rainha da Sardenha que viveu no século XIII e promulgou uma lei que decretava a protecção das aves de rapina. Seguidamente disponibilizamos a gravação do webinário que realizámos em Abril de 2021 acerca desta espécie:
Sugerimos também este pequeno tutorial sobre a identificação dos falcões que ocorrem no nosso país: