Esta espécie pertence à Ordem Accipitriformes.

O facto mais curioso acerca da águia-calçada é a existência de duas formas – uma clara e outra escura. Esta pequena águia nidifica em árvores e raramente pousa à vista, sendo mais fácil de observar em voo.

 

Taxonomia

Ordem: Accipitriformes
Família: Accipitridae
Género: Hieraaetus
Espécie: Hieraaetus pennatus (Gmelin, JF, 1788)

A espécie é monotípica.

Identificação

É uma rapina de médias dimensões, que se caracteriza pela sua cauda quadrada e pelas patas emplumadas. Os indivíduos de forma clara são fáceis de identificar: a plumagem é preta e branca, conferindo um forte contraste nas partes inferiores, o que torna estas aves distinguíveis à distância. Já no caso das aves de forma escura,totalmente castanhas, as probabilidades de confusão são maiores, nomeadamente com o milhafre-preto (que se distingue pela cauda bifurcada) ou com as fêmeas de tartaranhão-ruivo-dos-pauis (que têm geralmente a cabeça bege). Neste caso, as águias-calçadas distinguem-se pelas “luzes de aterragem” (dois pequenos pontos brancos voltados para a frente de ambos os lados do pescoço).

Abundância e Calendário

A águia-calçada é uma espécie maioritariamente estival que pode ser vista em Portugal sobretudo de Março a Setembro. Distribui-se de norte a sul do país, sendo bastante frequente no Alentejo, no Ribatejo e na Beira interior, ocorrendo igualmente, mas em menor número, no nordeste transmontano. Quando em migração, surge com alguma regularidade junto à costa, nomeadamente no Algarve. Alguns indivíduos permanecem entre nós durante a estação fria, maioritariamente junto à faixa costeira.

Mapas

Onde Observar

Na Primavera, a águia calçada pode ser vista com relativa facilidade um pouco por todo o país.

Entre Douro e Minho – pouco comum na região.

 

Trás-os-Montes – pode ser vista na zona de Miranda do Douro, no Baixo Sabor e na serra do Alvão.

 

Litoral centro –  pouco comum na região.

 

Beira interior – pode ser vista principalmente nas zonas raianas da Beira Baixa (Tejo Internacional e campina de Idanha) e da Beira Alta (albufeira de Santa Maria de Aguiar, planalto de Riba Côa e Sabugal), mas também ocorre na albufeira da Marateca, nas serras da Gardunha e da Estrela e em Celorico da Beira.

 

Lisboa e Vale do Tejo – na região de Lisboa, o melhor local para ver esta águia é o estuário do Tejo, mas a espécie ocorre ao longo do vale do Sorraia até Coruche, no Escaroupim e mais para norte, na zona de Tomar. Também tem sido observada na lagoa de Óbidos, particularmente durante o Inverno.

 

Alentejo – é a região onde a espécie é mais comum e, portanto, mais fácil de observar. No Alto Alentejo pode ser vista na zona da barragem de Montargil, em Cabeção, Arraiolos  e nas zonas de Évora e Elvas. Ocorre igualmente no Baixo Alentejo, particularmente no estuário do Sado e na região de Barrancos. Durante o Inverno surge no estuário do Sado e na lagoa de Santo André.

 

Algarve – rara como nidificante, ocorre sobretudo nas épocas de migração; durante a passagem outonal, o melhor local para ver esta espécie é, sem dúvida, a zona do cabo de São Vicente, principalmente quando os ventos sopram de leste, formando-se então concentrações de algumas dezenas ou mesmo centenas de aves.

 

Documentação

Ficha da águia-calçada no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (edição 2005)

Ficha da águia-calçada no Plano Sectorial da Rede Natura 2000

Ligações externas