Esta espécie pertence à Ordem Passeriformes.

As mandíbulas cruzadas, que lhe permitem abrir as pinhas para extrair as sementes, fazem do cruza-bico uma das mais curiosas aves selvagens que ocorrem em Portugal.

Estatuto de ameaça em Portugal:
Vulnerável (pop. residente) Info. insuficiente (invernada)

Taxonomia

Ordem: Passeriformes
Família: Fringillidae
Género: Loxia
Espécie: Loxia curvirostra Linnaeus, 1758
Subespécies: 19

Em Portugal deverão ocorrer pelo menos duas subespécies: a nominal, oriunda da Europa central e setentrional, e a L. c. balearica, que nidifica no centro e no sul de Espanha.

Identificação

O cruza-bico é maior que um verdilhão, sendo assim um dos maiores elementos da sua família. O macho adulto é todo vermelho-carmim, a fêmea e os juvenis são esverdeados. Contudo, é o bico, cujas mandíbulas se cruzam na ponta, que mais facilmente caracteriza e permite identificar esta espécie.

Sons

Para ouvir a vocalização do cruza-bico, clique na seta abaixo!

Abundância e Calendário

Imprevisível é o adjectivo que melhor descreve a ocorrência do cruza-bico em Portugal. Em certos anos a espécie surge em bons números enquanto que noutros está praticamente ausente. Estas flutuações estão relacionadas com “invasões” ou “irrupções” que se dão no Norte da Europa e levam à migração de um grande número de indivíduos em direcção a sul. As duas últimas grandes invasões que atingiram Portugal deram-se em 1990 e 1993, tendo-se registado pequenos influxos em anos mais recentes.

Mapas

Onde Observar

Dado o carácter imprevisível da sua ocorrência, não existem locais onde a presença do cruza-bico possa ser considerada regular. Ainda assim, há algumas zonas que parecem ser particularmente favoráveis à observação de cruza-bicos nos anos de invasões.

 

Entre Douro e Minho – a serra do Gerês é um dos poucos locais onde a espécie pode ser vista, nos anos em que a espécie aparece em Portugal.

 

Trás-os-Montes – conhecem-se registos da sua ocorrência na serra de Montesinho e, mais recentemente, na serra do Alvão.

 

Beira interior – a serra da Estrela, onde existem plantações de pinheiro-de-casquinha, é uma zona onde o cruza-bico pode, por vezes, ser observado, nos meses que se seguem às invasões.

 

Lisboa e Vale do Tejo – a espécie é rara nesta região, mas em anos de irrupções tem sido observada na serra de Sintra, nas zonas florestais da cidade de Lisboa e no cabo Espichel.

 

Algarve – o cabo de São Vicente e a ria de Alvor são dois locais onde a espécie pode ser observada, em certos anos, desde Agosto ou Setembro até ao fim do ano.

 

Saber Mais

O cruza-bico é uma espécie de aparecimento irregular em Portugal: em certos anos aparecem bastantes e surgem em diversos locais do litoral centro e sul, noutros anos quase não se vêem, a não ser nalgumas serras do norte do país. A espécie parece ter uma forte preferência por pinheiros-de-alepo Pinus halepensis. Veja a nossa apresentação e descubra porquê!

 

 

 

Documentação

Ficha do cruza-bico no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (edição 2005)