Esta espécie pertence à Ordem Passeriformes.

A observação de um pisco-de-peito-azul pousado sobre um tronco ou um tufo de sapal tem o dom de animar qualquer sessão de observação num dia frio de Inverno.

 

Taxonomia

Ordem: Passeriformes
Família: Muscicapidae
Género: Luscinia
Espécie: Luscinia svecica (Linnaeus, 1758)
Subespécies: 11

Em Portugal ocorrem as subespécies L. s. namnetum (a mais comum) e L. s. cyanecula. As aves que nidificam na Península Ibérica pertencem à subespécie L. s. azuricollis.

Identificação

O macho adulto é fácil de identificar, pois ostenta no peito uma mancha azul com o centro branco; já o macho jovem e a fêmea apresentam pouco ou nenhum azul; os machos oriundos da Escandinávia (subespécie L. s. svecica) têm o centro laranja em vez de branco. Em todas as plumagens, as aves apresentam uma grande mancha cor-de-laranja nas penas exteriores da cauda, que são facilmente visíveis em voo.

Sons

Para ouvir a vocalização do pisco-de-peito-azul, clique na seta abaixo!

Abundância e Calendário

O pisco-de-peito-azul é sobretudo um migrador de passagem e invernante, que ocorre habitualmente em sapais e caniçais, podendo ser visto na maioria das zonas húmidas costeiras e, com menor frequência, no interior do território; está presente sobretudo de Janeiro a Março e de Agosto a Dezembro. Contudo, existem algumas observações primaveris nas serras do interior norte e centro, podendo haver uma pequena população nidificante nessas regiões.

Mapas

Onde Observar

As grandes zonas húmidas do litoral são os melhores sítios para procurar o pisco-de-peito-azul.

 

Entre Douro e Minho – o estuário do Douro é um dos melhores locais da região para encontrar esta espécie.

 

Trás-os-Montes – já nidificou na serra de Montesinho, desconhecendo-se se é regular nessa zona.

 

Litoral centro – observa-se na ria de Aveiro (zona de Salreu), no estuário do Mondego, na zona do paul da Madriz e na lagoa de Óbidos.

 

Beira interior – na década de 1990 foi observado na serra da Estrela, onde nidificou, mas não se conhecem registos recentes na região.

 

Lisboa e vale do Tejo – o estuário do Tejo (nomeadamente as lezírias da Ponta da Erva, a zona de Pancas e as salinas de Alverca) é um dos melhores locais do país para observar este
passeriforme, que também aparece esporadicamente na várzea de Loures.

 

Alentejo – pode ser visto com regularidade no estuário do Sado e na lagoa de Santo André; no interior é mais raro, havendo alguns registos na lagoa dos Patos e na zona de Elvas, bem como observações esporádicas noutros locais.

 

Algarve – a ria de Alvor e a lagoa dos Salgados são dois dos locais habituais de ocorrência
desta espécie, que também se observa nas salinas de Olhão, em Vilamoura, no estuário do
Arade, nas salinas de Odiáxere e no paul de Lagos.

 

Saber Mais

Este pequeno passeriforme, de aspecto atraente mas nem sempre fácil de ver, é essencialmente invernante no país. Nesta conversa, falamos dos nomes comuns, das características identificativas, da situação taxonómica actual e do significado do nome científico. Seguidamente falamos da situação em Portugal e Espanha, com referência aos casos conhecidos de nidificação no nosso país, e das subespécies que ocorrem por cá.