Esta espécie pertence à Ordem Suliformes.

Esta é a maior ave marinha que ocorre habitualmente em águas portuguesas. Os seus mergulhos espantosos, efectuados de grande altura, entrando na água como um fuso e com grande impacto, parecem flechas apontadas e disparadas e são um espectáculo a não perder.

 

Taxonomia

Ordem: Suliformes
Família: Sulidae
Género: Morus
Espécie: Morus bassanus (Linnaeus, 1758)
A espécie é monotípica.

Identificação

Esta enorme ave marinha (a maior das nossas águas) é inconfundível. Asas compridas e estreitas, cabeça amarelada, bico comprido e pontiagudo e padrão preto na ponta das asas e branco no resto do corpo, bem como a cabeça e o pescoço projectados bem para a frente, permitem uma distinção rápida das outras espécies marinhas. Do juvenil ao adulto (esta é a plumagem descrita acima) corre um gradiente de plumagens que vai desde o castanho pintalgado, passando pelo clareamento dos ombros, cabeça e abdómen, até à plumagem maioritariamente branca dos adultos. Quando em migração, voa em formação linear de dois a algumas dezenas de indivíduos, sendo normalmente de 4 a 5 exemplares.

Abundância e Calendário

O ganso-patola é abundante ao longo de toda a costa portuguesa, sendo facilmente detectado a partir de terra. Pode ocorrer durante todo o ano, sendo as melhores épocas de observação os picos de passagem migratória em Outubro e Março. Parece ser igualmente abundante a norte e a sul, ocorrendo por vezes muito próximo da costa.

Onde Observar

Para além de ser uma das aves marinhas mais comuns na nossa costa, é também das que se pode avistar em todos os pontos do litoral português.

 

Entre Douro e Minho – ocorre regularmente frente à foz do Cávado e litoral de Esposende, e também frente ao Cabedelo (estuário do Douro).

 

Litoral Centro – trata-se de uma ave comum nesta região, podendo ser observada junto ao cabo Carvoeiro, Berlengas, praia do Furadouro, cabo Mondego e barra de Aveiro.

 

Lisboa e Vale do Tejo – espécie comum frente aos cabos Raso e Espichel, podendo também ser observada ao largo da lagoa de Albufeira.; por vezes alguns indivíduos aproximam-se da embocadura do Tejo e podem ser vistos a voar em frente às praias da costa do Estoril.

 

Alentejo – esta ave pode ser facilmente avistada a partir do cabo Sardão e do cabo de Sines, onde ocorre com regularidade, mas também se observa noutros pontos da costa, como por exemplo junto à foz da ribeira de Moinhos.

 

Algarve – os melhores locais de observação são o cabo de São Vicente e a ponta da Piedade, onde o ganso-patola é comum. A espécie também pode ser vista frente a outros locais proeminentes da costa, como o cabo de Santa Maria (ria Formosa), a ponta da Atalaia (Aljezur) e a Carrapateira.

 

Saber Mais

As aves marinhas têm sido bastante atingidas pela gripe aviária. Neste webinário, cuja gravação aqui partilhamos, falamos do ganso-patola e do impacto que esta doença teve sobre a espécie.