Esta graciosa alvéola, uma das mais coloridas aves portuguesas, é um dos migradores estivais mais precoces. A chegada das primeiras alvéolas-amarelas representa, tal como a das andorinhas, um dos primeiros sinais de que a Primavera está próxima.
Veja as datas aqui.
Taxonomia
Ordem: Passeriformes
Família: Motacillidae
Género: Motacilla
Espécie: Motacilla flava Linnaeus, 1758
Subespécies: 10
Em Portugal nidifica a subespécie M. f. iberiae e surgem, de passagem ou acidentalmente, as subespécies M. f. flava, M. f. flavissima, M. f. thunbergi, M. f. feldegg, M. f. cinereocapilla.
Identificação
Tal como as outras alvéolas, também a alvéola-amarela tem uma cauda comprida. Os machos adultos são reconhecíveis à distância devido à intensidade da plumagem amarela que cobre o peito e o ventre. A cabeça é azulada. As fêmeas são parecidas, embora com as cores menos vivas. Os juvenis são mais acastanhados, embora com vestígios de amarelo no ventre. Pode confundir-se com a alvéola-cinzenta, que contudo tem uma cauda mais longa e não tem a cabeça azul.
Sons
Para ouvir a vocalização da alvéola-amarela, clique na seta abaixo!
Abundância e Calendário
A alvéola-amarela é uma ave migradora, que nos visita durante a época dos ninhos. Contudo, chega bastante cedo ao nosso país – os primeiros migradores chegam geralmente ainda em finais de Fevereiro, ainda em pleno Inverno, e em Março a espécie é já comum numa grande parte do país. Está presente nas zonas de nidificação até Setembro. A sua abundância varia de umas regiões para outras, mas de uma forma geral nas principais zonas de ocorrência a alvéola-amarela pode ser considerada comum. É uma espécie típica de zonas abertas, geralmente nas imediações de zonas húmidas, ocorrendo em sapais e também em pastagens, arrozais e outros terrenos agrícolas. Não aprecia terrenos muito áridos, que apenas frequenta durante as épocas de migração.
Mapas
Onde Observar
As zonas estuarinas com pastagens, arrozais ou sapais e algumas zonas de pastagens de altitude são os melhores locais para observar esta alvéola.
Entre Douro e Minho – pode ser vista no estuário do Minho, onde deverá nidificar. |
Trás-os-Montes – pode ser observada nas terras altas, sendo razoavelmente comum nas serras do Gerês, do Larouco e do Alvão, bem como nas zonas envolventes, nomeadamente na zona de Montalegre e na veiga de Vila Pouca de Aguiar. |
Litoral centro – distribui-se pelas zonas húmidas costeiras; bons locais para procurar a alvéola-amarela nesta região são a ria de Aveiro (incluindo a zona de Salreu), o estuário do Mondego e a lagoa de Óbidos. |
Beira interior – muito rara e com uma distribuição localizada na Beira interior, a alvéola-amarela ocorre em números muito reduzidos na zona de Vila Nova de Paiva. |
Lisboa e Vale do Tejo – o estuário do Tejo é um dos melhores locais para ver esta espécie em Portugal; destaca-se a zona da Ponta da Erva, em cujas lezírias a alvéola-amarela é muito comum e que constitui certamente um excelente local de observação; a espécie ocorre igualmente na zona de Pancas e no vizinho paul da Barroca; durante as passagens migratórias surge por vezes no Parque do Tejo e no cabo Espichel. |
Alentejo – o estuário do Sado e a lagoa de Santo André são os únicos locais da região onde a alvéola-amarela pode ser vista com regularidade. |
Algarve – na costa sul algarvia, a alvéola-amarela observa-se facilmente nas principais zonas húmidas da região: ria de Alvor, estuário do Arade e sapal de Castro Marim; ocorre igualmente no Ludo, na Quinta do Lago e na lagoa dos Salgados; ocasionalmente pode ser vista na Boca do Rio; durante a passagem migratória outonal pode ser vista com alguma regularidade em locais onde não nidifica, por exemplo no cabo de São Vicente. |
Saber Mais
Para além do que acima se referiu, pode ficar a saber mais sobre a alvéola-amarela – para isso, não deixe de ouvir a conversa que aqui partilhamos e na qual falamos dos habitats frequentados pela espécie, das seis subespécies que já foram registadas em Portugal, das migrações, da alimentação e da evolução populacional nos diferentes países. Na parte final damos algumas dicas para distinguir esta das outras espécies de alvéolas.
Se deseja saber mais sobre a identificação de alvéolas, sugerimos este pequeno tutorial, no qual passamos em revista os principais critérios para identificar correctamente as várias espécies.