Esta espécie pertence à Ordem Suliformes.

A característica silhueta de uma ave preta, de bico e cauda compridos, a voar à superfície da água ou com as asas abertas a secar ao sol, rapidamente nos diz que estamos na presença de um corvo-marinho.

Estatuto de ameaça em Portugal:
Pouco preocupante

Taxonomia

Ordem: Suliformes
Família: Phalacrocoracidae
Género: Phalacrocorax
Espécie: Phalacrocorax carbo (Linnaeus, 1758)
Subespécies: 5

Em Portugal ocorrem duas subespécies: P. c. carbo, originária das costas atlânticas da Europa ocidental e setentrional e P. c. sinensis, originária do centro e leste da Europa e que se tem vindo a expandir como nidificante.

Identificação

Esta ave aquática de médio-grande porte chama a atenção por ser quase totalmente preta, tanto pousada como em voo. É claramente maior que um pato, tem um pescoço longo e asas igualmente longas. O bico amarelo contrasta como preto da plumagem e, no final do Inverno,alguns indivíduos adquirem uma mancha branca em cada flanco e outra na cabeça. É um nadador exímio, que mergulha para apanhar o peixe de que se alimenta. Pode confundir-se apenas com o corvo-marinho-de-crista, espécie residente, que contudo é mais esguio, não tem branco na plumagem e tem o bico mais fino.

Abundância e Calendário

O corvo-marinho-de-faces-brancas é sobretudo invernante em Portugal. Está ligado às zonas húmidas, sendo localmente abundante, podendo ver-se concentrações de dezenas ou mesmo centenas de indivíduos. No interior do país é menos frequente, mas também ocorre junto a barragens, açudes e rios de grande caudal.Está presente no nosso país sobretudo de Setembro a Abril. Contudo, alguns imaturos e indivíduos não reprodutores podem ser observados durante a Primavera e o Verão, embora nesta época a espécie seja relativamente rara em Portugal.

Mapas

Onde Observar

Os melhores locais para observar este corvo-marinho são as grandes zonas húmidas costeiras, ocorrendo também no litoral e em albufeiras do interior.

 

Entre Douro e Minho – ocorre regularmente no estuário do Minho, sobretudo na Ínsua, assim como no estuário do Cávado e no estuário do Lima. Também no estuário do Douro podem ser encontradas bastantes aves durante o Inverno.

 

Trás-os-Montes – esta espécie já foi registada na albufeira do Azibo.

 

Litoral Centro – pode ser facilmente observado na ria de Aveiro, no estuário do Mondego, na lagoa de Óbidos, no paul de Tornada e no cabo Carvoeiro. Ocasionalmente observa-se na baía de São Martinho do Porto e na lagoa da Ervedeira.

 

Beira interior – embora menos abundante que em algumas zonas do litoral, é observado regularmente nesta região, nomeadamente nas portas de Ródão, na albufeira de Santa Maria de Aguiar, na albufeira de Vilar, na albufeira da Teja, na albufeira da Marateca e no Tejo Internacional. Por vezes observa-se na albufeira da Toulica.

 

Lisboa e Vale do Tejo – o estuário do Tejo é um dos melhores locais no país para a observação desta ave, pois a espécie é comum na região durante o Outono e o Inverno. Pode ser vista com facilidade no Parque do Tejo e na frente ribeirinha de Lisboa. Ocorre igualmente nas imediações do estuário, como por exemplo no paul da Barroca. Também se observa em certas localidades do interior, como por exemplo em Tomar.

 

Alentejo – espécie comum no estuário do Sado, na lagoa de Santo André e na albufeira do Alqueva, ocorrendo também na lagoa dos Patos e na albufeira do Roxo. No norte alentejano pode ainda ser visto em Elvas, na barragem da Póvoa e na zona de Nisa.

 

Algarve – espécie fácil de detectar, sobretudo em zonas húmidas costeiras como a ria Formosa, a reserva de Castro Marim, o estuário do Arade e a ria de Alvor. Também se observa em portos de abrigo, como por exemplo em Lagos ou Sagres, e em pequenas lagoas, como a foz do Almargem e a lagoa das Dunas Douradas. Alguns indivíduos pousam regularmente em ilhéus rochosos, nomeadamente na Ponta da Piedade e no Leixão da Gaivota e também nas praias da costa ocidental, junto ao planalto do Rogil.

 

Saber Mais

Nas últimas décadas, os corvos-marinhos-de-faces-brancas tiveram uma espectacular expansão na Europa e actualmente já nidificam em Portugal. Neste webinário partilhamos informação detalhada sobre a situação actual da espécie no continente, com gráficos da população nidificante em diversos países europeus. Para ver a gravação, basta clicar na seta em baixo:

 

 

Documentação

Ficha do corvo-marinho-de-faces-brancas no Plano Sectorial da Rede Natura 2000

Ligações externas