Outrora uma das manchas florestais mais importantes do país, supostamente mandado plantar pelo rei D. Dinis, o pinhal de Leiria encontra-se hoje muito alterado: incêndios, cortes de árvores e proliferação de espécies exóticas estão entre os factores que mais contribuíram para transformar este importante pinhal num conjunto de pequenos pinhais dispersos, que alternam com talhões de matagais, eucaliptais e acaciais. Ainda assim, dada a reduzida ocupação humana, esta zona permite tomar contacto com algumas espécies que são pouco comuns no litoral centro.
Aves aquáticas:
gaivota-argêntea
Passeriformes:
cotovia-arbórea, alveola-branca, carriça, pisco-de-peito-ruivo, toutinegra-do-mato, toutinegra-de-cabeça-preta, felosa-comum, estrelinha-real, chapim-de-poupa, chapim-carvoeiro, trepadeira-comum
Visita:
O pinhal de Leiria é composto por uma rede de estradas florestais. Algumas dessas estradas têm actualmente bom piso, mas o tráfego pode ser intenso, dificultando a observação de aves. É assim preferível optar pelas estradas florestais, geralmente mais tranquilas, devendo contudo ter-se em atenção que algumas delas se encontrem em muito mau estado de conservação.
A localidade de São Pedro de Moel serve de ponto de partida para a exploração da área. Este local é composto por diversos arruamentos com habitações entre as quais existe uma mancha arbórea e arbustiva bem desenvolvida. Aqui é possível observar espécies como o chapim-real, o chapim-azul, a trepadeira-comum, o melro-preto, a alvéola-branca ou o pisco-de-peito-ruivo. Trata-se sobretudo de espécies comuns mas, como acontece frequentemente em zonas habitadas, algumas destas aves são aqui mais fáceis de observar, uma vez que são mais tolerantes à presença humana. Junto à praia desta localidade pode observar-se a gaivota-argêntea.
Para explorar o pinhal, a melhor opção será sair de São Pedro de Moel para nordeste (pela estrada que passa junto ao parque de campismo da Orbitur). Os primeiros quilómetros são dominados por eucaliptal, mas depois de passar a ribeira de São Pedro surgem boas manchas de pinhal, onde é possível observar duas das espécies mais características desta zona: o chapim-de-poupa e o chapim-carvoeiro. Mais à frente, o pinhal dá lugar a talhões desarborizados, cobertos por vegetação arbustiva, que são frequentados pela cotovia-arbórea e pela toutinegra-do-mato.
Melhor época: a Primavera é a estação mais favorável para visitar esta zona, uma vez que é neste período que a maioria dos passeriformes se encontra vocalmente activa. Os fins-de-semana são geralmente sinónimo de perturbação, uma vez que as estradas florestais são muito procuradas por praticantes de “moto-4”.
Distrito: Leiria
Concelho: Leiria e Marinha Grande
Onde fica: no litoral centro, próximo da cidade de Leiria, cerca de 120 km a norte de Lisboa e 70 km a sul de Coimbra. O acesso à zona para quem vem de sul é feito pela A1 até Leiria ou pela A8 até à Marinha Grande; para quem vem de norte o melhor acesso é a A17 até Monte Real. A partir da Marinha Grande, pode tomar-se a N242-2 que conduz a São Pedro de Moel.