Esta pequena lagoa, encaixada entre o mar, dois aldeamentos e alguns pinhais, tem sobrevivido à pressão urbanística envolvente. Encontra-se coberta por alguma vegetação emergente e serve de refúgio a diferentes espécies de aves aquáticas. Apesar da sua pequena dimensão, a lagoa alberga uma boa diversidade de espécies.

Vista parcial da lagoa das Dunas Douradas, a partir do lado nascente

Visita:

Existem duas formas de visitar esta lagoa: a primeira consiste em fazer um ponto de observação na margem ocidental (poente), onde existe uma torre de observação, que permite obter uma ampla vista da lagoa e depois fazer uma deslocação de carro até ao lado nascente, para obter outra perspectiva da lagoa.

A outra opção passa por fazer um circuito pedonal a toda a volta da lagoa, sendo este o percurso que a seguir se descreve. Ao longo deste circuito pode esperar observar cerca de 30 espécies de aves. A duração é de cerca de uma hora, embora este tempo varie em função do número de paragens e da duração das mesmas.

 

Lado poente
Começando no parque de estacionamento do lado poente (junto do complexo “Dunas Douradas Beach Club”), toma-se o trilho pedonal que segue para norte ao longo da lagoa.

Ao longo deste trilho é possível ir observando o plano de água, que é frequentado por várias espécies de aves aquáticas. É frequente verem-se aqui galeirões-comuns e diversas espécies de patos, com destaque para o zarro-comum e a frisada, que estão quase sempre presentes. O pato-real também é regular ao longo de todo o ano, ao passo que o pato-trombeteiro ocorre sobretudo no Outono e no Inverno, com registos ocasionais na Primavera. O pato-de-bico-vermelho é menos comum e surge geralmente em números reduzidos. O mergulhão-pequeno e a galinha-d’água nidificam nesta lagoa e por vezes deixam-se ver a pequena distância. Alguns ardeídeos são vistos com regularidade – são eles: a garça-vermelha (na Primavera), a garça-real e a garça-branca-pequena. Por vezes observam-se a íbis-preta e o colhereiro.

A vegetação emergente que rodeia a lagoa é utilizada por vários passeriformes, como o rouxinol-bravo e por pequenos bandos de bicos-de-lacre. Por vezes observa-se o exótico tecelão-de-cabeça-preta, que na Primavera enverga a sua bonita plumagem nupcial. Durante o Inverno, esta lagoa atrai algumas andorinhas-das-rochas, que procuram insectos sobre a água, sendo igualmente possível observar a alvéola-branca.

Ao fim de 100 metros atinge-se a torre de observação que permite observar uma grande parte da lagoa e ver algumas das espécies já referidas. Esta zona da lagoa apresenta por vezes as margens lamacentas – no final do Verão, estas margens atraem limícolas, como o maçarico-das-rochas e o maçarico-bique-bique; durante as épocas de passagem já foram aqui vistas também a andorinha-do-mar-anã e a gaivina-preta.

Deixando a torre de observação e seguindo ao longo do arruamento, o percurso segue agora ao longo de zonas ajardinadas, onde ocorrem a pega-azul, a poupa e o melro-preto. Por vezes também se observa aqui a tordoveia.

 

Lado nascente
Seguindo para norte pela estrada e virando duas vezes à direita, chega-se por fim ao lado nascente da lagoa, onde o coberto arbóreo é mais denso, sendo dominado por pinheiro-manso. Aqui é possível observar diversas espécies de aves terrestres, como a rola-brava, o abelharuco, a trepadeira-comum, o gaio, a pega-azul e o verdilhão. Na Primavera ouve-se por vezes o canto do torcicolo, em especial durante o mês de Abril. Neste lado da lagoa também é possível observar a maior parte das aves aquáticas já mencionadas, bem como algumas outras espécies de hábitos mais furtivos – é o caso do garçote, que embora raramente pouse à vista pode por vezes ser observado a voar baixo sobre a água. O caimão ocorre  por vezes neste local, mas a sua observação nem sempre é fácil e requer alguma paciência. Por fim chega-se à extremidade sueste da lagoa, que fica perto da zona dunar. Este é um local habitual de ocorrência da cotovia-de-poupa, que na Primavera faz ouvir o seu canto. Caminhando cerca de 100 metros para oeste chega-se ao ponto de partida.

Melhor época: Inverno e Primavera

Distrito: Faro
Concelho: Loulé
Onde fica: na zona de Vale do Lobo, perto de Almancil e ligeiramente a oeste do complexo da Quinta do Lago. O acesso a partir de Almancil é feito seguindo as indicações para “Vale do Lobo” e depois para a praia de “Garrão poente”.

Note-se que um pouco a leste deste local fica a lagoa do Garrão, que também pode atrair aves interessantes.