O súbito aparecimento de um bando de gaivinas-dos-pauis numa zona húmida transforma completamente a paisagem, com dezenas ou centenas de aves voando baixo sobre as águas, em busca de alimento. Mas esta ocorrência pouco habitual e algo imprevisível tende a desaparecer tão subitamente como surgiu.
Taxonomia
Ordem: Charadriiformes
Família: Laridae
Género: Chlidonias
Espécie: Chlidonias hybrida (Pallas, 1811)
Subespécies: 3
Em Portugal ocorre a subespécie nominal.
Identificação
Um pouco maior que a gaivina-preta, a gaivina-dos-pauis identifica-se sobretudo pelo barrete preto e pelo ventre escuro, contrastando com as faces esbranquiçadas. O bico é vermelho. Voa geralmente baixo, a poucos metros da superfície da água.
Abundância e Calendário
Em Portugal, a gaivina-dos-pauis é uma das espécies nidificantes cujo aparecimento é mais imprevisível. Em certos anos, a espécie aparece em números consideráveis e nidifica em diversos locais, enquanto que noutros está quase totalmente ausente e não deverá nidificar de todo. Estas flutuações populacionais ainda hoje estão por explicar, embora tenham sido notados influxos importantes destas gaivinas após Invernos muito secos, como aconteceu em 1993, 1994 e 1995, tendo então sido registada a sua nidificação em diversas regiões do país. Esta espécie é estival, podendo ser observada sobretudo de Abril a Setembro.
Mapas
Onde Observar
À excepção da Ponta da Erva, onde nos últimos anos tem sido vista com regularidade, a gaivina-dos pauis é uma espécie rara e de ocorrência relativamente irregular.
Litoral Centro – a ria de Aveiro é o local da região onde esta espécie pode ser vista com mais frequência, por exemplo na zona de Salreu. |
Lisboa e Vale do Tejo – as lezírias da Ponta da Erva (estuário do Tejo) são, actualmente, o melhor local para procurar esta espécie em Portugal, especialmente durante os meses de Junho e Julho, meses em que, por vezes, podem ser observadas centenas de aves nos arrozais. Nos anos em que nidifica no país, observa-se por vezes no paul do Boquilobo e no paul de Manique. |
Alentejo – esporadicamente observa-se no estuário do Sado, durante as épocas de migração e, mais raramente, em certos açudes da região de Évora ou na lagoa dos Patos. |
Algarve – existem observações na ria Formosa, durante as migrações, mas a espécie é globalmente rara na região. |
Documentação
Ficha da gaivina-dos-pauis no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (edição 2005)
Ficha da gaivina-dos-pauis no Plano Sectorial da Rede Natura 2000