A serra mais alta do Algarve oferece ao visitante um refúgio nos dias de maior calor. Graças à maior densidade do coberto vegetal, aqui é possível observar diversas espécies de aves que são raras ou estão totalmente ausentes junto à costa.
Grandes aves terrestres:
bútio-comum, pica-pau-verde, pica-pau-malhado, pica-pau-galego
Passeriformes:
cotovia-arbórea, andorinha-dáurica, alvéola-cinzenta, carriça, pisco-de-peito-ruivo, cartaxo-comum, melro-de-peito-branco, papa-amoras, felosa-ibérica, estrelinha-de-cabeça-listada, chapim-rabilongo, chapim-de-poupa, trepadeira-comum, trepadeira-azul, gaio, pintarroxo, dom-fafe, bico-grossudo, escrevedeira-de-garganta-preta, cia
Visita:
A primeira paragem pode ser feita na estância termal de Caldas de Monchique, situada à esquerda da estrada nacional 266. Este é um local bastante tranquilo que reúne excelentes condições para observar e até fotografar passeriformes a pequena distância. O ideal será estacionar o carro e percorrer a pé a estrada que contorna a zona de hotéis. Junto às linhas de água pode ser observada a alvéola-cinzenta, enquanto que os arbustos mais densos que envolvem os arruamentos são frequentados pelo pisco-de-peito-ruivo, espécie pouco comum no Algarve. As árvores de maior porte são frequentadas pelo chapim-real e pelo tentilhão-comum, que aqui se deixam observar especialmente bem.
Voltando à N266, seguindo para norte, um pouco adiante, junto ao restaurante “Rouxinol”, surge uma pequena estrada para a direita. Esta estrada, pouco transitada, também merece uma exploração, pois aqui ocorrem diversas aves florestais, incluindo o pica-pau-verde, a trepadeira-comum, a trepadeira-azul e o esquivo bico-grossudo.
Uma vez concluída a exploração desta zona, é altura de retomar a subida pela estrada principal. Passando a vila de Monchique, toma-se a estrada da serra seguindo as indicações para a Fóia; esta estrada sobe até ao cume, no alto da Fóia. Este local, com os seus 902 metros é o ponto mais alto do Algarve e é dominado pelas enormes antenas de comunicações que aqui foram colocadas. A paisagem é aberta, o terreno é pedrogoso e a vegetação resume-se a pequenos arbustos. A melhor forma de explorar esta zona consiste em fazer pequenos percursos pedestres. A diversidade de aves neste local é bastante reduzida, mas algumas espécies são relativamente frequentes e fáceis de observar neste local, como por exemplo o cartaxo-comum, o pintarroxo e a cia. Por vezes ouve-se aqui o canto da cotovia-arbórea. É de salientar também a ocorrência do papa-amoras – esta espécie insectívora, que nidifica sobretudo para norte do Tejo, tem aqui um núcleo isolado de reprodução e pode ser vista e ouvida a cantar, especialmente durante os meses de Abril e Maio. Também a andorinha-dáurica tem sido vista rondando os edifícios junto às antenas e poderá nidificar. Por vezes aparecem aqui migradores pouco frequentes, como o melro-das-rochas ou o melro-de-peito-branco, especialmente durante as épocas de passagem migratória.
A serra de Monchique é uma ZPE (Zona de Protecção Especial para a Avifauna).
Para saber mais clique aqui. Um pouco a norte da Fóia situa-se o Parque Aventura da Fóia – trata-se de uma zona de lazer onde têm lugar actividades do tipo ‘radical’, no entanto durante os meses mais frios não costuma haver actividades, pelo que o local é pouco perturbado. Aqui existe uma pequena plantação de pinheiros exóticos (Pinus radiata), assim como zonas de matos e ervas. Este é um dos melhores locais para observar o raro melro-de-peito-branco, especialmente durante o período da migração pré-nupcial (Fevereiro e Março). Outras espécies que ocorrem habitualmente neste local incluem o pica-pau-verde, a carriça, a trepadeira-comum, o lugre e, ocasionalmente, o dom-fafe.
Melhor época: Primavera
Distrito: Faro
Concelho: Monchique
Onde fica: no interior do Algarve, cerca de 30 km a norte da cidade de Portimão. O acesso à serra faz-se a partir de Portimão pela N124 até Porto de Lagos e depois pela N266. Para quem venha pela auto-estrada A22, deve sair no nó de Portimão.