Construída sobre a Ribeira de Sor, a Barragem de Montargil é um local muito procurado por turistas que aqui vêm fazer desporto ou apenas acampar. Esta zona suporta uma rica diversidade de aves terrestres e aquáticas, sendo por isso um local a visitar por qualquer observador. A zona que envolve a barragem é composta sobretudo por pinhais e montados de sobro, que suportam uma grande diversidade de espécies florestais. Este é um dos poucos locais do país onde se podem ver as cinco espécies de andorinhas.

As margens espraiadas da albufeira são favoráveis à ocorrência de diversas aves aquáticas, como garças e limícolas

Visita:

O paredão da barragem serve de ponto de partida para a exploração da zona. Neste local ocorrem duas espécies de andorinhas: a andorinha-dos-beirais e a andorinha-das-rochas. Por vezes ouve-se aqui a trepadeira-azul.
A partir do paredão é possível seguir pela N2 para sul, na direcção de Mora. Ao fim de alguns quilómetros, vira-se à esquerda na direcção de Foros do Mocho. Esta zona, afastada da estrada nacional, é excelente para observar aves, especialmente passeriformes. Na ponte sobre o braço da barragem vale a pena parar e fazer um ponto de observação: aqui é possível ver a andorinha-das-chaminés e a andorinha-das-barreiras, bem como o estorninho-preto e a gralha-preta. Alguns caminhos percorrem as zonas florestais envolventes, onde é possível encontrar algumas das especialidades desta zona: o rabirruivo-de-testa-branca, a felosa-de-bonelli e o papa-moscas-cinzento, entre diversas outras espécies mais vulgares. As galerias ripícolas albergam um grande número de rouxinóis-comuns.

Voltando ao paredão da barragem e passando a vila de Montargil, pode virar-se à esquerda pela estrada nacional 243, na direcção de Foros do Arrão. Ao fim de um ou dois km surge do lado direito se uma densa galeria ripícola composta por salgueiros, que alberga espécies como o pisco-de-peito-ruivo (pouco comum no Alentejo), o rouxinol-bravo e a felosa-ibérica. Todas estas espécies são fáceis de ouvir, mas difíceis de ver, pelo que é necessária alguma paciência. Esta zona é também frequentada pela andorinha-dáurica e, um pouco mais adiante, os pinhais ao longo da estrada albergam a pega-azul.

 

Regressando à N2 e prosseguindo para norte, ao fim de cerca de 8 km, perto de Vale de Vilão, a estrada volta a aproximar-se da barragem. Aqui obtém-se uma boa perspectiva do plano de água, fazendo deste um dos melhores locais para observar aves aquáticas da albufeira. Entre as espécies que aqui podem ser vistas incluem-se: a garça-real, a garça-branca-pequena, o pato-real, o maçarico-das-rochas, e, por vezes, algum casal de mergulhões-de-crista. Os milhafres-pretos são a ave de rapina mais frequente neste local, sendo frequentemente vistos a voar sobre o plano de água. Nos terrenos envolventes é frequente ver-se a águia-calçada e o peneireiro-cinzento, este último especialmente ao fim da tarde.
Pode ainda prosseguir-se até Ponte de Sor. Nesta cidade o local mais interessante é o jardim público junto à ribeira de Sor, onde durante os meses de Maio e Junho podem ser facilmente vistos os papa-moscas-cinzentos. Na margem da ribeira, junto à cascata, podem ver-se o borrelho-pequeno-de-coleira, a alvéola-cinzenta e, por vezes, o bico-de-lacre.

Melhor época: Primavera (Março a Junho)

Distrito: Portalegre
Concelho: Ponte de Sor
Onde fica: No Alto Alentejo, cerca de 50 km a sueste de Abrantes e 20 km a sul de Ponte de Sor. Para quem vem de Lisboa, pode seguir por Coruche e Mora, seguindo depois pela N2 até Montargil. Para quem procede de Abrantes, basta seguir a N2 até Ponte de Sor e depois continuar para sul em direcção a Montargil.