Situada no extremo de uma região pouco povoada, coberta por extensos azinhais, a remota zona de Barrancos é considerada, por muitos ornitólogos, como um local de eleição para observar aves.
Aves aquáticas:
maçarico-bique-bique
Grandes aves terrestres:
cegonha-preta, cegonha-branca, grifo, abutre-preto, gavião, águia-real, pombo-torcaz, rola-brava, cuco-canoro, bufo-real, coruja-do-mato, andorinhão-preto, andorinhão-cafre, abelharuco
Passeriformes:
cotovia-montesina, cotovia-arbórea, andorinha-das-rochas, andorinha-dáurica, alvéola-branca, carriça, rouxinol-comum, chasco-ruivo, melro-azul, toutinegra-do-mato, toutinegra-real, estrelinha-real, chapim-de-poupa, trepadeira-comum, trepadeira-azul, papa-figos, picanço-barreteiro, pega-azul, corvo, pardal-francês, bico-grossudo, cia, trigueirão
Visita:
Para quem se dirige a Barrancos pela estrada de sai de Amareleja (EN 386), o primeiro ponto de interesse que convida a uma paragem é a ponte sobre o rio Ardila. Aqui situa-se o limite do concelho de Barrancos. Este é um dos locais onde, no Inverno, é possível ouvir o canto do bufo-real.
À entrada de Barrancos, pode tomar-se a primeira estrada para a esquerda, junto à bomba de gasolina, seguindo as indicações para o castelo de Noudar. A estrada desce, sinuosa, durante cerca de 3 km, até chegar à estreita ponte sobre a ribeira da Murtega. Neste local (e na vizinha Fonte da Pipa) é habitual ver-se a andorinha-das-rochas e a andorinha-dáurica, bem como o abelharuco, a alvéola-branca, o papa-figos e o rouxinol-comum. Este é também um bom local para procurar a cia, uma espécie pouco frequente no Alentejo. Esta ribeira (e o vizinho rio Ardila) é frequentada no Inverno por alguns maçaricos-bique-bique.
A partir daqui a estrada sobe e depois percorre as colinas ondulantes, cobertas por extensos azinhais, onde podem ser encontradas diversas espécies florestais comuns, como o tentilhão-comum, o melro-preto, a trepadeira-comum, a trepadeira-azul, o picanço-barreteiro e o chapim-de-poupa. Estes bosques albergam tambem algumas espécies menos frequentes, como o corvo, a toutinegra-real e o pardal-francês. No Inverno pode aqui ser encontrada a estrelinha-real.
Ao fim de cerca de 10 km chega-se por fim ao local mais emblemático do concelho: o castelo de Noudar. Esta fortaleza está situada numa colina, entre os vales do rio Ardila e da ribeira da Murtega e constitui um local privilegiado de observação de aves – talvez por esse motivo, ao longo dos anos este castelo tem atraído inúmeros ornitólogos e observadores. Entre as espécies mais características desta zona contam-se as grandes aves planadoras: grifo, abutre-preto, águia-real e cegonha-preta são espécies regulares nesta região e, por vezes, podem ser vistas a partir do castelo. Nas muralhas do castelo é frequente ver o melro-azul e a cotovia-montesina. Por vezes também aqui aparecem o chasco-ruivo e o pardal-francês. Nas décadas de 1980 e 1990, este castelo tornou-se conhecido devido à existência de um núcleo isolado de chascos-pretos. Infelizmente, desde 1999 esta espécie deixou de ser vista na zona.
Na vila de Barrancos é possível encontrar o andorinhão-preto e a andorinha-dos-beirais, bem como um ninho de cegonha-branca. Existe uma outra saída de Barrancos, uma pequena estrada municipal que sai pelo lado sul da vila e inflecte para oeste, conduzindo ao cruzamento das estradas N258 e N385. Ao longo desta pequena estrada podem ver-se a cotovia-montesina e o chasco-ruivo.
Melhor época: Inverno e Primavera
Distrito: Beja
Concelho: Barrancos
Onde fica: no Baixo Alentejo, cerca de 70 km a leste de Beja. O acesso é feito por Évora – Reguengos – Mourão – Amareleja ou por Beja – Moura – Safara.