Perto de Lagos, a costa rochosa forma um importante promontório, que tem o nome de Ponta da Piedade. Para além de constituir um bom local para observar aves marinhas, este é um bom local para ver a gralha-de-nuca-cinzenta e um dos poucos locais em Portugal onde ainda se pode observar o pombo-das-rochas em estado selvagem.

As escarpas junto à Ponta da Piedade são frequentadas pelo rabirruivo-preto e pelo pombo-das-rochas "selvagem"

Visita:

A visita é feita a pé a partir do parque de estacionamento. Sugerem-se dois percursos de visita: o percurso do farol e o percurso do planalto.

 

Percurso do farol
A visita é feita a pé a partir do parque de estacionamento, contornando o farol pelo lado esquerdo. A atenção deve ser concentrada nas escarpas e nos vários ilhéus que rodeiam a zona. A primeira ave que salta à vista é a omnipresente gaivota-argêntea, que nidifica nos ilhéus e pode ser observada durante todo o ano. No Outono e no Inverno também é habitual verem-se alguns corvos-marinhos-de-faces-brancas. Uma das especialidades que pode ser facilmente encontrada neste local é a gralha-de-nuca-cinzenta. Apesar de esta espécie ser hoje muito menos abundante do que o era há trinta anos, não é difícil observá-la: geralmente pousa nas escarpas e nos ilhéus ou então voa por sobre os terrenos nas imediações do farol. Outra espécie característica das escarpas é o pombo-das-rochas (o parente selvagem do pombo-doméstico), que é bastante comum na zona, embora a diversidade de plumagens das aves que aqui ocorre leve a crer que tenha havido mistura genética com aves de origem doméstica. O melro-azul ocorre nas escarpas, embora não seja muito abundante e seja necessária alguma paciência para o conseguir ver. O estorninho-preto e o rabirruivo-preto são outras espécies habitualmente observadas neste local.
Durante a Primavera, alguns dos ilhéus são ocupados por várias centenas de casais de garças, que escolheram este local para instalar a sua colónia, nomeadamente garças-boieiras e garças-brancas-pequenas.
Se pretender observar aves marinhas, deverá chegar ao local logo ao nascer do sol, concentrando a atenção no mar e procurando identificar as aves que passam ao longo da costa. No Inverno as espécies mais frequentes são o ganso-patola e o moleiro-grande, mas nas épocas de migração podem aparecer outras espécies.

 

Percurso do planalto
Os terrenos junto à estrada que conduz ao farol são frequentados por diversos passeriformes e um percurso por esta zona permite geralmente observar várias espécies de aves. A melhor opção será efectuar um percurso circular, saindo do parque de estacionamento para oeste e seguindo o trilho que existe ao longo das arribas. Aqui também é possível ver o pombo-das-rochas e a gralha-de-nuca-cinzenta. Do lado direito do trilho estendem-se zonas de ervas e arbustos, onde ocorre várias espécies de passeriformes. Entre as mais comuns, e que podem ser vistas todo o ano, refiram-se: o melro-preto, a fuinha-dos-juncos, a toutinegra-de-cabeça-preta, a pega-azul, o verdilhão, o pintarroxo e o trigueirão. Na Primavera, este local é frequentado por um grande número de andorinhões-pálidos e andorinhões-pretos e, por vezes, vê-se um picanço-barreteiro ou uma andorinha-dáurica.

Melhor época: Setembro a Maio

Distrito: Faro
Concelho: Lagos
Onde fica: no barlavento algarvio, cerca de 2 km a sul de Lagos. O acesso é feito a partir do centro de Lagos, seguindo as setas para a Ponta da Piedade. É possível estacionar no final da estrada, junto ao farol.