Situa-se na planície aluvial do Baixo Mondego, próximo à vila de Montemor-o-Velho, foi outrora ocupado pela orizicultura. Em meados da década de 1970, aquando da construção da actual Estrada Nacional nº.111, as valas de drenagem foram interrompidas, transformando este espaço numa área de alagamento, provocando o abandono da agricultura e a sua ocupação pela vegetação típica de zonas húmidas. Este paul está ocupado na sua grande maioria por caniço e por algum bunho e junco. As valas estão ocupadas por golfão-branco e o estrato arbóreo é constituído por salgueiros e amieiros.
Aves aquáticas:
frisada, marrequinha, pato-real, pato-trombeteiro, corvo-marinho-de-faces-brancas, abetouro, garçote, goraz, garça-vermelha, garça-real, colhereiro, caimão, pernilongo, narceja-comum, guarda-rios
Grandes aves terrestres:
garça-boieira, milhafre-preto, tartaranhão-dos-pauis, açor, águia-calçada, peneireiro-vulgar, bufo-real
Passeriformes:
pisco-de-peito-azul, rouxinol-bravo, fuinha-dos-juncos, cigarrinha-ruiva, felosa-dos-juncos, rouxinol-pequeno-dos-caniços, rouxinol-grande-dos-caniços, felosa-comum, felosa-musical, escrevedeira-dos-caniços
Visita:
Como a progressão no espaço do paul é difícil, pela ausência de caminhos e pelo intrincado de valas, este paul possui dois pontos de observação que abarcam toda a sua área e permanentemente disponíveis à utilização pelo público. Para atingir o primeiro ponto, desde Montemor-o-Velho deslocar-se para a Estrada Nacional 111, e na rotunda junto ao Palácio da Justiça, tomar a estrada E579-2 em direcção a Moinho da Mata. Passados 500m, do lado esquerdo é fácil encontrar um miradouro coberto, em madeira, que serve de apoio à observação de aves. Deste ponto consegue-se abarcar a totalidade desta área húmida bem como a secção do vale do Baixo Mondego entre Montemor-o-Velho e as proximidades da Figueira da Foz, mas devido à posição elevada do local a que se encontra do caniçal e das áreas de água livre, somente as espécies de maior porte são observadas com relativa facilidade, como os patos, as garças e as aves de rapina. Deste ponto, podemos tomar uma pequena estrada em terra que nos leva a uma pedreira onde é possível observar uma colónia de peneireiro-vulgar e no inverno ouvir o bufo-real.
Para o segundo ponto de observação, devemos retornar à Estrada Nacional 111 e dirigir-nos para Figueira da Foz. Antes de cruzar o pontão que transpõe a Vala Real, próximo a um painel informativo sobre este paul, devemos tomar um caminho que nos vai levar a uma torre de observação. Deste ponto, acima do caniçal, é possível observar a entrada e saída das aves que escolhem este paul como zona de nidificação ou como dormitório, mas que têm de procurar alimento nos campos agrícolas situados no vale aluvial, como a garça-vermelha, a garça-boieira, o goraz e algumas espécies de passeriformes, como é o caso das andorinhas-das-chaminés, que costumam juntar-se em dormitórios constituídos por milhares de indivíduos. Facilmente também se pode observar a avifauna paludícola que frequenta o caniçal, como o garçote, a cigarrinha-ruiva, o rouxinol-pequeno-dos-caniços e o rouxinol-grande-dos-caniços.
Melhor época: todo o ano
Distrito: Coimbra
Concelho: Montemor-o-Velho
Onde fica: Sensivelmente a meio caminho entre Coimbra e a Figueira da Foz. Próximo às auto-estradas A17, A14 e A1. As duas saídas da auto-estrada A14 que servem Montemor-o-Velho são muito próximas desta área.