Localizada no vale do Côa, na faixa fronteiriça do Distrito da Guarda, a Reserva da Faia Brava abrange cerca de 1000ha de propriedades nos concelhos de Figueira de Castelo Rodrigo e Pinhel. Neste sector, as encostas fluviais do Côa atingem grande declive e são formadas por afloramentos rochosos graníticos, escarpas, idóneas para a nidificação de aves rupícolas. Está inserida na Zona de Protecção Especial e no Parque Arqueológico do Vale do Côa. É uma Birdlife International Important Bird Area e está integrada na rede nacional de áreas protegidas estando classificada como Área Protegida Privada da Faia Brava. Representa ainda uma área-piloto do projecto europeu Rewilding Europe.
Grandes aves terrestres:
cegonha-preta, milhafre-preto, abutre-do-egipto, grifo, águia-cobreira, tartaranhão-caçador, águia-real, águia-de-bonelli, águia-calçada, falcão-peregrino, peneireiro-vulgar, rola-brava, cuco-rabilongo, cuco-canoro, mocho-d’orelhas, bufo-real, noitibó-de-nuca-vermelha, andorinhão-real, andorinhão-cafre, abelharuco, poupa, torcicolo
Passeriformes:
andorinha-das-rochas, andorinha-dáurica, melro-azul, toutinegra-de-bigodes, toutinegra-tomilheira, toutinegra-real, papa-figos, picanço-barreteiro, pega-azul, pardal-espanhol, pardal-francês, bico-grossudo, escrevedeira-de-garganta-preta, cia
Visita:
Toda a área da reserva apresenta-se de difícil acesso. Apenas existem caminhos rurais de mau piso. A melhor forma de visitar a reserva de forma autónoma será a pé, seguindo o troço da Grande Rota do Côa (GR45) entrando no portão sul, a partir da estrada M607 (que liga Vale de Afonsinho a Cidadelhe – e une nesta zona os dois concelhos através de uma pequena ponte sobre o rio Côa). Antes de entrar na Reserva, recomenda-se a descida até à ponte (40°54’13.57″N; 7° 6’11.94″W) para apreciar o encaixe do rio no vale profundo e o relevo escarpado das vertentes. Daqui podemos efectuar algumas observações de andorinha-das-rochas, melro-azul, cia e pardal-espanhol.
Este troço da GR do Côa, com cerca de 9km, atravessa toda a reserva de Sul para Norte, seguindo uma linha paralela ao rio. Ao longo deste traçado há boas oportunidades de observar picanço-barreteiro (aqui bem representado), várias espécies de toutinegras, destacando-se a toutinegra-real, a toutinegra-de-bigodes, a toutinegra-tomilheira e a toutinegra-de-cabeça-preta. Nas áreas mais abertas vê-se a cotovia-montesina. Os núcleos de sobreiros abrigam a trepadeira-azul e o estorninho-preto e vai-se ouvindo o papa-figos. Com o olhar atento no céu, podemos perceber a actividade dos abutres, sobretudo do grifo mas também do abutre-do-egipto. A águia-calçada e a águia-cobreira são espécies que se deixam observar com alguma facilidade. Na zona Sul teremos mais facilidade de ver o único casal de águia-real desta reserva, pois aqui estabeleceu o seu território.
A cerca de 2/3 do percurso, podemos desviar à esquerda (junto a uma charca) e subir a colina até ao antigo alimentador de abutres. Um pouco à frente, no Pombal da Bicha (40°56’6.21″N; 7° 5’31.39″W ), conseguimos excelentes perspectivas do vale e das colónias de abutres. Neste ponto recomenda-se o uso de telescópio para observar com maior detalhe os ninhos destas grandes aves, tentar identificar a colónia de andorinhão-real ou alguma outra planadora no horizonte, com sorte, detectar a águia-de-bonelli.
Voltando à GR, logo depois podemos parar nas Hortas da Sabóia (40°56’17.86″N; 7° 5’7.26″W) para descansar. Aqui há sombra, mesas de picnic e instalações sanitárias. Enquanto nos restabelecemos para continuar a percurso, podemos aqui ouvir e ver o papa-figos, o pardal-espanhol, a poupa, a pega-azul, a escrevedeira-de-garganta-preta e a toutinegra-real.
Na parte norte, devemos continuar a variante da GR, seguindo pela direita, em direcção à aldeia de Algodres.
Ter atenção às portaleiras e passagens com portões. Garantir que estes fiquem bem fechados, devido ao gado em regime extensivo e semi-selvagem.
Caso não tenha a possibilidade de ter um transfer automóvel no final do percurso, recomendamos voltar para trás a partir das Hortas da Sabóia.
Para mais informações sobre a realização de visitas à reserva pode ser contactada a Associação Transumância e Natureza.
Melhor época: Primavera (Abril a Junho)
Distrito: Guarda
Concelho: Figueira de Castelo Rodrigo e Pinhel
Onde fica: no extremo norte do distrito da Guarda. Para quem vem de Lisboa ou do Porto, deve seguir-se até à Guarda e depois pela A25 até ao nó do Leomil (saída 32), seguindo depois por Almeida e Figueira de Castelo Rodrigo (N324-N340-N332) e, por fim, pela M607 em direcção a Cidadelhe/Meda para chegar ao limite sul da reserva ou, pela N332 em direcção a Foz Côa, desviando para Algodres, no limite norte.