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Faia Brava
Localizada no vale do Côa, na faixa
fronteiriça do Distrito da Guarda, a Reserva
da Faia Brava abrange cerca de 1000ha de
propriedades nos concelhos de Figueira de
Castelo Rodrigo e Pinhel.
Visita:
Toda a área da reserva apresenta-se de difícil acesso. Apenas existem caminhos
rurais de mau piso. A melhor forma de visitar a reserva de forma autónoma será a
pé, seguindo o troço da Grande Rota do Côa (GR45) entrando no portão sul, a
partir da estrada M607 (que liga Vale de Afonsinho a Cidadelhe – e une nesta zona
os dois concelhos através de uma pequena ponte sobre o rio Côa). Antes de entrar
na Reserva, recomenda-se a descida até à ponte (40°54'13.57"N; 7° 6'11.94"W)
para apreciar o encaixe do rio no vale profundo e o relevo escarpado das vertentes.
Daqui podemos efectuar algumas observações de andorinha-das-rochas, melro-
azul, cia e pardal-espanhol.
Este troço da GR do Côa, com cerca de 9km, atravessa toda a reserva de Sul para
Norte, seguindo uma linha paralela ao rio. Ao longo deste traçado há boas
oportunidades de observar picanço-barreteiro (aqui bem representado), várias
espécies de toutinegras, destacando-se a toutinegra-real, a toutinegra-
carrasqueira, a toutinegra-tomilheira e a toutinegra-de-cabeça-preta. Nas áreas
mais abertas vê-se a cotovia-montesina. Os núcleos de sobreiros abrigam a
trepadeira-azul e o estorninho-preto e vai-se ouvindo o papa-figos. Com o olhar
atento no céu, podemos perceber a actividade dos abutres, sobretudo do grifo mas
também do abutre-do-egipto. A águia-calçada e a águia-cobreira são espécies que
se deixam observar com alguma facilidade. Na zona Sul teremos mais facilidade de
ver o único casal de águia-real desta reserva, pois aqui estabeleceu o seu território.
A cerca de 2/3 do percurso, podemos desviar à esquerda (junto a uma charca) e
subir a colina até ao antigo alimentador de abutres. Um pouco à frente, no Pombal
da Bicha (40°56'6.21"N; 7° 5'31.39"W ), conseguimos excelentes perspectivas do
vale e das colónias de abutres. Neste ponto recomenda-se o uso de telescópio para
observar com maior detalhe os ninhos destas grandes aves, tentar identificar a
colónia de andorinhão-real ou alguma outra planadora no horizonte, com sorte,
detectar a águia-de-bonelli.
Voltando à GR, logo depois podemos parar nas Hortas da Sabóia (40°56'17.86"N;
7° 5'7.26"W) para descansar. Aqui há sombra, mesas de picnic e instalações
sanitárias. Enquanto nos restabelecemos para continuar a percurso, podemos aqui
ouvir e ver o papa-figos, o pardal-espanhol, a poupa, a pega-azul, a escrevedeira-
de-garganta-preta e a toutinegra-real.
Na parte Norte, devemos continuar a variante da GR, seguindo pela direita, em
direcção à aldeia de Algodres.
Ter atenção às portaleiras e passagens com portões. Garantir que estes fiquem
bem fechados, devido ao gado em regime extensivo e semi-selvagem .
Caso não tenha a possibilidade de ter um transfer automóvel no final do percurso,
recomendamos voltar para trás a partir das Hortas da Sabóia.
Para mais informações sobre a realização de visitas à reserva pode ser contactada a
Associação Transumância e Natureza.
As escarpas graníticas do vale do Côa albergam uma interessante comunidade de aves rupícolas
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No planalto, a paisagem é formada por bosquetes de sobreiros e manchas de azinheiras arbustivas.
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Grandes aves terrestres:
cegonha-preta, milhafre-preto, abutre-do-egipto, grifo, águia-cobreira,
tartaranhão-caçador, águia-real, águia-de-bonelli, águia-calçada,
falcão-peregrino, peneireiro-vulgar, bufo-real, noitibó-de-nuca-vermelha,
cuco-canoro, andorinhão-real, abelharuco, poupa, torcicolo
Passeriformes:
andorinha-das-rochas, andorinha-dáurica, melro-azul,
toutinegra-tomilheira, toutinegra-carrasqueira, toutinegra-real,
papa-figos, picanço-barreteiro, pega-azul, pardal-espanhol,
pardal-francês, bico-grossudo, escrevedeira-de-garganta-preta, cia
Raridades:
andorinhão-cafre
Melhor época: Primavera (Abril a Junho)
Distritos: Guarda
Concelhos: Figueira de Castelo Rodrigo e Pinhel
Onde fica: no extremo norte do distrito da Guarda. Para quem vem de Lisboa ou
do Porto, deve seguir-se até à Guarda e depois pela A25 até ao nó do Leomil (saída
32), seguindo depois por Almeida e Figueira de Castelo Rodrigo (N324-N340-N332)
e, por fim, pela M607 em direcção a Cidadelhe/Meda para chegar ao limite sul da
reserva ou, pela N332 em direcção a Foz Côa, desviando para Algodres, no limite
norte.
Caso pretenda conhecer outros locais para observar aves nesta região, sugerimos:
Guia Prático de Observação de Aves no Distrito da Guarda
obtenha gratuitamente aqui
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Neste sector, as encostas fluviais do Côa atingem grande declive e são formadas
por afloramentos rochosos graníticos, escarpas, idóneas para a nidificação de aves
rupícolas. Está inserida na Zona de Protecção Especial e no Parque Arqueológico do
Vale do Côa. É uma Birdlife International Important Bird Area e está integrada na
rede nacional de áreas protegidas estando classificada como Área Protegida Privada
da Faia Brava. Representa ainda uma área-piloto do projecto europeu Rewilding
Europe.