Situada no vale do Mondego, no extremo norte da serra da Estrela, a vila de Celorico da Beira situa-se na zona de transição do clima atlântico para as zonas de influência mediterrânica. A paisagem é bastante variada e esse facto reflecte-se na avifauna da região, que é rica e diversificada, justificando bem uma visita.
Grandes aves terrestres:
milhafre-preto, tartaranhão-caçador, águia-calçada, peneireiro-vulgar, ógea, rola-brava, andorinhão-preto, andorinhão-pálido, guarda-rios, abelharuco, poupa, torcicolo
Passeriformes:
cotovia-montesina, andorinha-das-barreiras, melro-d’água, rouxinol-comum, rabirruivo-preto, melro-das-rochas, rouxinol-bravo, fuinha-dos-juncos, toutinegra-de-bigodes, papa-amoras, felosa-ibérica, chapim-carvoeiro, papa-figos, picanço-real, picanço-barreteiro, pega-azul, pega-rabuda, gralha-preta, corvo, estorninho-preto, pardal-francês, bico-de-lacre, pintarroxo, sombria, escrevedeira-de-garganta-preta, trigueirão
Visita:
O vale do Mondego constitui a zona de menor altitude do concelho e é o principal habitat ribeirinho. O local mais acessível para visitar o vale situa-se em Vila Boa do Mondego, que fica 3 km a oeste de Celorico, pela N16, ou na Ponte da Lavandeira, 1 km a noroeste da sede de concelho. Ao longo do rio ocorrem quatro espécies de andorinhas, incluindo a andorinha-das-barreiras, espécie pouco frequente nesta região. O rio Mondego é envolto por uma densa galeria ripícola, que é frequentada pela felosa-ibérica e pelo papa-figos. Ao longo do curso de água ou das suas margens é possível observar o bico-de-lacre, a alvéola-cinzenta e o guarda-rios. Com alguma sorte, também é possível ver o melro-d’água.
Para sudoeste da vila, na zona de Cortiçô da Serra, existem alguns terrenos abertos, onde ocorrem espécies características de zonas abertas, como o trigueirão e a cotovia-montesina. Aqui também já foi observado o cuco-rabilongo. Esta zona é facilmente acessível através da N17. Nesta área existem diversas estradas municipais, pouco transitadas, que proporcionam boas oportunidades de observação. Uma boa opção situa-se na zona de Vale da Ribeira e Mogadouro (perto de Mesquitela), junto à ribeira de Linhares – esta ribeira é orlada por uma galeria de árvores; aqui ocorrem o pisco-de-peito-ruivo, o rouxinol-comum, o rouxinol-bravo e a felosa-ibérica. Nas zonas envolventes predominam os terrenos abertos (campos agrícolas, incultos ou matos) e podem ser vistas espécies como o tartaranhão-caçador, o abelharuco, o trigueirão e o papa-amoras. Nas aldeias referidas pode ser visto o pardal-francês, que pousa frequentemente nos edifícios, deixando-se observar com facilidade.
Para norte do Mondego o terreno é acidentado e pedregoso. Pequenos terrenos agrícolas alternam com bosquetes de pinheiros. Uma das áreas mais interessantes situa-se na zona de Fornotelheiro e Quinta dos Salgueiros (deve tomar-se a N102 até Celorico-Gare, virando à esquerda logo após a ponte). Esta é uma zona excelente para procurar o torcicolo, que aqui parece ser relativamente regular.
A parte mais meridional do concelho situa-se já nas encostas da serra da Estrela, ultrapassando a cota dos 1000 metros. Para visitar esta zona o melhor acesso é através da aldeia de Prados, que fica a 14 km de Celorico da Beira, pela estrada municipal que passa por Vale de Azares. A partir da aldeia deve prosseguir-se a pé. Entre as espécies que aqui ocorrem são de referir a sombria e o melro-das-rochas.
Por fim, refira-se ainda o centro urbano de Celorico da Beira, onde nidificam o andorinhão-pálido e a andorinha-das-barreiras (uma curiosa colónia em tubos de drenagem de uma parede).
Melhor época: Primavera (Abril a Junho)
Distrito: Guarda
Concelho: Celorico da Beira
Onde fica: na Beira Alta, cerca de 20 km a noroeste da cidade da Guarda. A vila é servida pela auto-estrada A25, que liga as cidades de Aveiro, Viseu e Guarda