Apesar de ser relativamente pouco conhecida e raramente visitada por ornitólogos nacionais, a albufeira da barragem de Vilar estende-se ao longo de mais de 9 km, o que faz dela a maior barragem do distrito de Viseu e também o melhor local para observar aves aquáticas nesta região.

Aspecto da albufeira de Vilar vista do lado ocidental. As margens arenosas são frequentadas por diversas aves aquáticas.
Aspecto da albufeira de Vilar vista do lado ocidental. As margens arenosas são frequentadas por diversas aves aquáticas.
Visita:
É feita sobretudo ao longo da margem ocidental.

A aldeia de Faia, situada a cerca de 4 km do paredão, serve de ponto de partida à exploração. Aqui é possível observar a albufeira em quase toda a sua extensão. No Inverno observam-se geralmente algumas aves aquáticas, sendo o mergulhão-de-crista, o corvo-marinho-de-faces-brancas, a garça-real e o pato-real presenças habituais neste local. As margens são frequentadas por pequenos bandos de gralhas-pretas. Na Primavera, o milhafre-preto pode ser visto a patrulhar a albufeira.
É possível seguir para norte ao longo de uma estrada municipal, que oferece uma boa perspectiva da albufeira. Ao longo da estrada é frequente ver espécies como o bútio-comum, o estorninho-preto, a pega-rabuda e, mais raramente, o corvo. Do lado esquerdo da estrada há uma pedreira, onde por vezes se vê um casal de peneireiros.
Junto ao paredão da barragem, obtém-se uma perspectiva da albufeira em toda a sua extensão, mas aqui as margens são abruptas e há poucas aves aquáticas, mas é geralmente possível ver mergulhões ou corvos-marinhos. O paredão propriamente dito é frequentado pela andorinha-das-rochas. Vale a pena olhar também para o vale a jusante, onde junto à água já foi observado o maçarico-bique-bique. Este vale é ladeado por uma pequena galeria ripícola, que é frequentada por passeriformes típicos deste habitat, como o rouxinol-bravo e o chapim-rabilongo. Nas imediações não é raro ver-se o pardal-francês.

Voltando à N226 e prosseguindo para sueste na direcção de Sernancelhe, é possível aceder a dois outros locais de interesse: Freixinho e Vila da Ponte.
A aldeia de Freixinho pode ser acedida através de uma pequena estrada que vira à esquerda logo a seguir a Penso e que passa sobre um braço da barragem, com margens bastante pedregosas. Aqui observam-se o guarda-rios e a garça-real. Continuando até Freixinho, chega-se finalmente à margem da albufeira, que aqui também é frequentada por pequenos bandos de patos-reais.

Mais para sul, já perto de Sernancelhe, a localidade de Vila da Ponte também merece uma paragem, para observar sobretudo passeriformes. Junto à ponte é habitual observar-se a andorinha-das-rochasalvéola-branca, a alvéola-cinzenta, o pardal-montês e a escrevedeira-de-garganta-preta. Ao longo do rio observam-se por vezes algumas limícolas, como o borrelho-pequeno-de-coleira e o maçarico-bique-bique; na época reprodutora este local é frequentado pela andorinha-das-barreiras e pelo milhafre-preto.

Melhor época: desconhecida

Distrito: Viseu
Concelhos: Moimenta da Beira / Sernancelhe
Onde fica: na Beira Alta, cerca de 50 km a nordeste de Viseu e a 10 km a norte de Sernancelhe. A partir do litoral o acesso é feito pela A25 (que liga Aveiro a Viseu) ou pelo IP3 (que liga Coimbra a Viseu). Em Viseu toma-se a N229 que passa por Sátã e Aguiar da Beira e conduz a Sernancelhe. Em alternativa, pode aceder-se por Lamego e Moimenta da Beira, através da N226.