Situada junto ao rio Guadiana, numa das regiões mais áridas do país, Mértola constitui uma excelente base para explorar o sueste alentejano e observar algumas das espécies mais raras do nosso território. Com os seus 1279 km2, o concelho de Mértola é um dos maiores do país. Dada a sua extensão, a descrição da área encontra-se repartida por duas fichas – na presente ficha sugerem-se itinerários de visita para o território situado na margem direita do Guadiana; o território da margem esquerda é descrito na ficha da Mina de São Domingos.

Situada na margem direita do Guadiana, a vila de Mértola constitui um local de nidificação do peneireiro-das-torres

Visita:

A vila de Mértola constitui o ponto de partida ideal para explorar esta zona. Um dos melhores locais de observação situa-se no pequeno miradouro junto à ribeira de Oeiras. Numa primeira inspecção, saltam à vista espécies como a pega-azul e a andorinha-das-rochas, ambas bastante comuns neste local mas uma paragem mais demorada aumenta as hipóteses de ver e ouvir outras espécies de aves, como o pica-pau-verde, a carriça, o melro-azul, o gaio e a cia.

Continuando pela EN122, e cruzando a ribeira de Oeiras, surge à esquerda o Convento de São Francisco – este é um dos locais de referência para os observadores de aves, devido à colónia de peneireiros-das-torres que existe aqui. O convento e os respectivos jardins são frequentados por outras espécies interessantes, com destaque para o abelharuco, o papa-figos e a gralha-de-nuca-cinzenta. Dado que se trata de uma propriedade privada, é necessário agendar a visita (os detalhes de contacto encontram-se no site https://conventomertola.com).

Seguindo na direcção de Almodôvar pela EN 267, a estrada conduz a zonas pouco arborizadas, contudo é preferível efectuar as observações ao longo das estradas municipais, onde o tráfego é menos intenso e, consequentemente, a perturbação é menor. Uma das melhores opções consiste em seguir até São João dos Caldeireiros e virar à direita em direcção a Penilhos. Ao longo desta estrada são frequentes espécies características de zonas abertas, como o trigueirão, o cartaxo-comum, o picanço-real e, na Primavera, o picanço-barreteiro. Alguns quilómetros mais adiante, surge uma zona totalmente desarborizada, onde há boas hipóteses de observar diversas espécies de aves estepárias, nomeadamente o sisão, o alcaravão, o cortiçol-de-barriga-preta e a calhandra-real.

Melhor época: Primavera

Distrito: Beja
Concelho: Mértola
Onde fica: na margem direita do rio Guadiana, cerca de 50 quilómetros a sueste de Beja. O acesso faz-se pela estrada nacional 122.