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Paul da Barroca
Não muito longe de Alcochete, o chamado Paul da
Barroca é um local de excelência para observação de
aves aquáticas de caniçal e nos últimos anos tem-se
notabilizado, no Inverno, pela ocorrência de grandes
bandos de íbis-pretas.
Visita:
A visita é feita ao longo da pequena estrada que conduz à herdade, numa extensão
de cerca de 1,5 km. Esta estrada atravessa 3 valas, todas elas merecedoras de uma
pequena paragem.
Logo ao fim de cerca de 200 metros, a estrada sobe ligeiramente e surge uma
pequena ponte sobre a primeira vala, a partir de onde é possível obter uma ampla
vista dos terrenos envolventes (é possível parar logo após a ponte). A vala é
coberta por caniços, que servem de abrigo à galinha-d'água e ao rouxinol-bravo e
que, na Primavera, são frequentados pelo rouxinol-pequeno-dos-caniços e pelo
rouxinol-grande-dos-caniços. Este é um bom local para observar o secretivo
garçote, que por vezes passa a voar ao longo da vala. Nos últimos anos este tem
sido também um local de ocorrência regular do bispo-de-coroa-amarela, que de
Maio a Setembro exibe a sua garrida plumagem preta e amarela. Fora da época de
reprodução é habitual ver-se o guarda-rios e por vezes o chapim-de-faces-pretas.
De ambos os lados da vala, podem ver-se terrenos agrícolas. O número de aves
presentes nestes terrenos é muito variável, dependendo da quantidade de água
que aí exista. Nos últimos anos têm sido observados grandes bandos de íbis-pretas
invernantes, bem como algumas garças-brancas-grandes (estas duas espécies,
embora essencialmente invernantes, observam-se com regularidade a partir de
finais de Agosto). Outras aves que aqui ocorrem com frequência incluem o
pernilongo, o abibe, o maçarico-de-bico-direito, o guincho-comum, a
petinha-dos-prados e a gralha-preta. (note-se, contudo, que no caso das espécies
aquáticas, o número de aves presentes depende do nível de água nos terrenos).
Passada a primeira vala, a estrada prossegue em linha recta. É possível observar e
fotografar algumas destas espécies a partir do carro. Os fios telefónicos ao longo
da estrada são muitas vezes utilizados pelo cartaxo-comum. Os terrenos do lado
direito são muitas vezes frequentados por íbis-pretas e, ocasionalmente, por
bandos de colhereiros. O pato-real tambem é uma presença habitual. Ao longe
existem alguns postes de alta tensão que servem de suporte a ninhos de
cegonha-branca. Do lado esquerdo é frequente observar-se a alvéola-amarela e o
exótico tecelão-de-cabeça-preta; sobre o caniçal, avista-se por vezes o
tartaranhão-ruivo-dos-pauis nos seus voos de caça.
Mais adiante, logo após uma curva e contra-curva, surge a ponte sobre a segunda
vala, que na verdade é uma ribeira (também chamada ribeira das Enguias) que vai
desaguar no rio Tejo, cerca de 5 km mais a norte. Ao longo desta linha de água há
grandes caniçais, que na Primavera são bons locais para procurar o
rouxinol-pequeno-dos-caniços e o rouxinol-grande-dos-caniços. Fora da época
reprodutora é habitual ver-se o maçarico-bique-bique e o maçarico-das-rochas.
Os terrenos do lado direito da estrada são frequentados no Inverno por bandos de
abibes e íbis-pretas.
A primeira vala, vista da ponte que a atravessa; neste local obtém-se uma ampla vista sobre todo o paul
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Nos caniçais da segunda vala é frequente ouvir, na Primavera, o canto do rouxinol-grande-dos-caniços
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Aspecto da terceira vala e dos terrenos agrícolas adjacentes; ao fundo, à direita, as casas da Herdade da Barroca d'Alva
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Aves aquáticas:
pato-real, corvo-marinho-de-faces-brancas, garçote, papa-ratos,
garça-nocturna, garça-branca-pequena, garça-branca-grande, garça-vermelha,
garça-real, íbis-preta, colhereiro, galinha-d'água, pernilongo, narceja-comum,
maçarico-de-bico-direito, maçarico-bique-bique, maçarico-das-rochas,
guincho-comum, guarda-rios
Grandes aves terrestres:
garça-boieira, cegonha-branca, peneireiro-cinzento,
tartaranhão-ruivo-dos-pauis, águia-calçada, peneireiro-vulgar, abibe,
andorinhão-pálido
Passeriformes:
cotovia-de-poupa, laverca, andorinha-das-barreiras, petinha-dos-prados,
alvéola-amarela, alvéola-branca, cartaxo-comum, fuinha-dos-juncos,
rouxinol-bravo, rouxinol-pequeno-dos-caniços, rouxinol-grande-dos-caniços,
felosa-comum, chapim-de-faces-pretas, gralha-preta, estorninho-preto,
bico-de-lacre, bispo-de-coroa-amarela, tecelão-de-cabeça-preta, trigueirão
Melhor época: todo o ano
Distrito: Setúbal
Concelho: Alcochete
Onde fica: cerca de 4 km a sul de Alcochete. A partir de Lisboa o acesso é feito
pela Ponte Vasco da Gama, seguindo depois pelo IC3 em direcção a Alcochete e
saindo quando surgir a indicação "N119 - Alcochete"; ao chegar à primeira rotunda
toma-se a estrada nacional 118 na direcção de Pegões. Cerca de 3 km mais adiante
(junto ao km 7) surge uma outra rotunda, que deve ser contornada a 270 graus,
seguindo as indicações para "Barroca". Começa aqui a estrada que dá acesso ao
paul da Barroca.
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