Esta pequena zona húmida, situada no barlavento algarvio na confluência das ribeiras de Budens, Vale de Boi, Vale Barão e Almádena, surpreende pela sua diversidade avifaunística e pela ocorrência de algumas espécies pouco comuns.

A várzea da Boca do Rio pode ficar bastante alagada, atraindo diversas espécies de aves aquáticas

Visita:

Este local é relativamente fácil de visitar, mercê da sua reduzida dimensão e da existência de bons acessos.

 

A Boca do Rio é na verdade o nome da foz, onde se situa a praia. A zona adjacente é composta por uma várzea húmida, que pode estar alagada, contudo o nível de água varia fortemente com a época do ano e com as condições meteorológicas. Existe uma estrada que contorna esta pequena zona húmida até ao mar e que permite observar a avifauna do local; pode ser percorrida de carro, mas vale a pena percorrer uma parte a pé, pois isso permitirá observar mais aves. O número e a variedade de aves presentes neste local depende, entre outros factores, do nível de água. Entre as espécies de aves aquáticas que aqui têm sido vistas com regularidade, são de referir: a garça-branca-pequena, o pato-real, a galinha-d’água e o galeirão-comum. Ocasionalmente observam-se também algumas limícolas. Contudo, na Primavera e no Verão os terrenos podem secar e nessas circunstâncias a maioria das aves aquáticas abandona o local. Também é possível encontrar algumas espécies típicas de terrenos abertos, como a fuinha-dos-juncos, o pintarroxo e o trigueirão. Durante a época dos ninhos vê-se por vezes a alvéola-amarela. As encostas adjacentes são frequentadas por diversas espécies de aves, entre as quais o abelharuco, a cotovia-montesina e a toutinegra-de-cabeça-preta. Nas escarpas junto ao mar pode ver-se o rabirruivo-preto.

 

O Paul da Lontreira (ou Paul de Budens) desenvolve-se para nordeste do local anterior, ao longo da ribeira de Vale Barão. Pode ser percorrido a pé por um caminho que existe ao longo do seu lado sul. Este paul encontra-se coberto por uma extensa mancha de vegetação palustre, nomeadamente caniço e tabua e é frequentado por diversas espécies de aves típicas de caniçal. Entre as espécies mais interessantes são de referir o frango-d’água (que é mais frequentemente ouvido que visto) e a cigarrinha-ruiva (espécie pouco frequente no Algarve). Outras espécies que aqui podem ser vistas são a garça-vermelha, o rouxinol-bravo, o rouxinol-pequeno-dos-caniços, o rouxinol-grande-dos-caniços e no Inverno, o chapim-de-faces-pretas. Este local é igualmente frequentado pelo bico-de-lacre.

As zonas envolventes desta zona húmida encontram-se cobertas por mato e alguns pequenos bosquetes e é possível encontrar diversas espécies de aves terrestres, incluindo o peneireiro-vulgar, a carriça, a toutinegra-de-cabeça-preta, a felosa-ibérica e a pega-azul.

Melhor época: Inverno e Primavera

Distrito: Faro
Concelho: Vila do Bispo
Onde fica: No barlavento algarvio, a meio caminho entre Lagos e Sagres. O acesso é feito pela N125 até à aldeia de Budens (que fica 16 km a oeste de Lagos e 8 km a leste de Vila do Bispo). Junto a Budens, deve virar-se para sul, pela estrada que tem a indicação “Boca do Rio” – este local fica a cerca de 2 km.