Situada nas faldas da serra de São Mamede, a vila de Castelo de Vide é uma das mais pitorescas localidades no norte alentejano. Devido à proximidade da serra e da planície, a diversidade de habitats é bastante grande, podendo encontrar-se carvalhais, pinhais, soutos, e olivais. Este facto reflecte-se positivamente na diversidade de aves, fazendo desta vila um dos destinos ornitológicos mais interessantes de todo o Alentejo. A zona é particularmente rica em passeriformes.

A pitoresca vila de Castelo de Vide, vista a partir da Senhora da Penha; ao centro, a torre de menagem do castelo

Visita:

A vila de Castelo de Vide merece uma visita atenta, pois aqui ocorrem algumas espécies interessantes. No centro urbano podem ver-se dezenas de andorinhões-pretos e, no meio deles, alguns andorinhões-pálidos. Ao lado da Câmara Municipal existe uma colónia de andorinhas-dos-beirais, enquanto que nos frisos da gigantesca Igreja de Santa Maria é habitual encontrar algumas andorinhas-das-rochas. Subindo ao burgo medieval, entra-se no território do melro-azul, que pode frequentemente ser visto a cantar sobre as muralhas do castelo ou junto a alguma chaminé. Também o rabirruivo-preto é frequente neste local. A torre de menagem do castelo e o melhor local de observação.

As imediações da vila são muito ricas em aves muitos locais podem ser explorados a pé, enquanto que para os mais distantes poderá ser preferível fazê-lo de carro. Contornando a vila pelo lado norte chega-se ao miradouro do Penedo Monteiro. Este local é frequentado pelo chamariz e pelo pintassilgo, não sendo raro ouvir abelharucos a sobrevoar. Continuando para norte ou leste por um dos muitos caminhos e estradas municipais, desce-se para a planície. Aqui o habitat dominante são os olivais, que depois dão lugar aos carvalhais. Algumas espécies frequentes nesta zona incluem o rabirruivo-de-testa-branca e o papa-figos.

 

Do lado sul vê-se a Senhora da Penha, uma pequena capela situada no topo da encosta. A estrada até ao topo atravessa interessantes manchas de castanheiros e carvalhos, que merecem uma paragem. Este é um bom local para ver e ouvir espécies florestais, como a trepadeira-azul, a trepadeira-comum, o chapim-de-poupa, o gaio e o pica-pau-galego. Chegando ao topo, pode estacionar-se, subindo depois a pé ao miradouro junto à capela. Este um local bom para observar aves de rapina (não é raro ver-se a águia-calçada neste local). Entre os passeriformes típicos deste local podem referir-se o melro-azul e o rabirruivo-preto. À noite ouve-se frequentemente a coruja-do-mato.

 

Vale a pena explorar o territorio para norte, que é coberto por uma boa rede de estradas municipais. Uma das melhores opções consiste em tomar a estrada municipal 1006. Esta estrada tem com pouco tráfego, o que permite observar aves tranquilamente. Atravessa terrenos agrícolas e bosquetes de carvalho-negral, onde ocorrem diversas especies de aves florestais, particularmente passeriformes e piciformes. Entre as espécies mais frequentes ao longo da estrada são de referir a cotovia-arbórea, o chapim-real, a trepadeira-azul e o tentilhão. Nas zonas mais abertas podem ver-se a pega-rabuda e o cuco-rabilongo.
Logo após cruzar a passagem de nível, surge à esquerda o desvio para o Parque Megalítico de Coureleiros, composto por quatro antas megalíticas. Este parque fica situado junto a uma pedreira, onde nidificam o peneireiro-vulgar e a gralha-de-nuca-cinzenta. Embora o acesso à pedreira seja vedado, as aves são geralmente vistas em voo. Outras espécies que aqui se observam incluem a águia-cobreira, a pega-rabuda e o trigueirão.

Voltando à estrada municipal 1006, e prosseguindo por mais alguns quilómetros, surge um areeiro abandonado; nesse local pode virar-se à esquerda pela 1006-3, que começa a descer e atravessa a ribeira de São João. Aqui existe uma pequena ponte e vale a pena fazer uma paragem para observação. Este é um bom local para procurar o pica-pau-galego. Outras espécies que aqui ocorrem são a trepadeira-comum, o papa-figos e a pega-azul.

Melhor época: Abril a Julho

Distrito: Portalegre
Concelho: Castelo de Vide
Onde fica: no norte alentejano, cerca de 18 km a norte de Portalegre, sendo o acesso a partir desta cidade feito pela N246. Para quem venha do litoral, pode seguir pela A1 até Torres Novas e depois pela A23 até ao nó de Fratel (km 77), seguindo depois pelo IP2 até Alpalhão e por fim pela N246 até Castelo de Vide.