A Lezíria Grande de Vila Franca de Xira é composta por um conjunto de terrenos totalmente planos e quase sem árvores, que impressionam pela sua vastidão. Fazem parte do complexo do estuário do Tejo e são seguramente um dos locais mais interessantes do país para efectuar observação de aves, tanto de Inverno como durante a época de reprodução.

Os arrozais da Giganta, perto da Ponta da Erva, estendem-se por vários quilómetros

Visita:

A melhor forma de visitar as lezírias da Ponta da Erva consiste em percorrer de carro a rede de caminhos a velocidade moderada, efectuando paragens frequentes para observação. Muitas aves pousam nas vedações ou nos postes telefónicos e deixam-se observar relativamente bem a partir do interior da viatura. Entre as
espécies que mais frequentemente pousam nas vedações refiram-se a alvéola-amarela, o cartaxo-comum e o trigueirão. Os campos são frequentados por diversas espécies de cotovias, nomeadamente a calhandrinha, a cotovia-de-poupa e a laverca. Os caminhos cruzam diversas valas e todas devem ser inspeccionadas, pois muitas delas são frequentadas pelo mergulhão-pequeno, pela galinha-d’água, pelo guarda-rios e, na Primavera, pela garça-vermelha e pelo rouxinol-grande-dos-caniços.

 

Os arrozais da Giganta, situados cerca de 4 km a sudoeste do Porto Alto, estendem-se por vários quilómetros e são um local excelente para ver aves em todas as épocas do ano; em Maio e Junho são um bom local para observar a perdiz-do-mar, a gaivina-de-bico-preto e a gaivina-dos-pauis, bem como a alvéola-amarela. No Outono e no Inverno, quando a zona está coberta por restolhos alagados, os terrenos são frequentados por bandos de abibes e por inúmeras narcejas, podendo também observar-se a petinha-ribeirinha. Ocasionalmente aparecem aqui bandos de flamingos.

 

As marinhas da Saragoça, situadas cerca de 10 km a sueste de Vila Franca de Xira, são um conjunto de três tanques onde frequentemente se observam o mergulhão-pequeno, o galeirão-comum e diversas espécies de patos, enquanto que os terrenos adjacentes são frequentados, na Primavera, por perdizes-do-mar e, no Inverno, por bandos de abibes e tarambolas-douradas. Um pouco mais para sul, a zona denominada Trinta e Oito Moios é um dos melhores locais para procurar o ganso-bravo, que aqui aparece em grandes números a partir de Outubro. Este é também um bom local para observar a rara coruja-do-nabal.

Mais para oeste, junto ao rio Tejo, no Mouchão das Garças existe um vasto caniçal, que é frequentado pelo frango-d’água e pelo rouxinol-bravo. Na Primavera, este é um bom local para procurar o rouxinol-pequeno-dos-caniços, enquanto que no Inverno ocorrem aqui o pisco-de-peito-azul e o chapim-de-faces-pretas.

Melhor época: todo o ano

Distrito: Lisboa
Concelho: Vila Franca de Xira
Onde fica: na margem esquerda do estuário do Tejo, a sul da chamada “recta do Cabo” (estrada nacional 10). O acesso a partir de Lisboa é feito pela A1 até Vila Franca de Xira, seguindo depois em direcção ao Porto Alto e virando à direita por um dos vários caminhos agrícolas que entram pela lezíria.
Actualmente o acesso a esta zona encontra-se condicionado, devendo os interessados contactar a Associação de Beneficiários da Lezíria Grande, a fim de obter autorização.