Vilamoura tornou-se, desde há duas décadas, um ícone do turismo de luxo no Algarve e a expansão urbana continua. Imediatamente ao lado, algumas manchas de caniçal têm subsistido e um pouco mais a oeste foi criado um parque ambiental.

Aspecto do caniçal de Vilamoura visto a partir da ponte na Avenida Praia da Falésia

Visita:

Os locais de interesse ornitológico situam-se, maioritariamente, para oeste do complexo turístico de Vilamoura.

O caniçal de Vilamoura pode ser observado a partir da ponte na Avenida Praia da Falésia (esta avenida começa na Avenida Engenheiro João Meireles, para a encontrar basta seguir as indicações para a Praia da Falésia). Neste local a melhor estratégia consiste em fazer um ponto de observação junto à ponte. Nas zonas de água observam-se facilmente o mergulhão-pequeno, o mergulhão-de-crista, o corvo-marinho-de-faces-brancas, a garça-real, o zarro-comum e o galeirão-comum.

As extensas manchas de caniço e tabua que existem junto a este local servem de abrigo ou local de nidificação a diversas espécies, que nem sempre são fáceis de detectar, excepto quando voam sobre o caniçal ou quando vocalizam. Provavelmente a espécie que mais se faz ouvir é o rouxinol-bravo, com o seu canto estridente. Os guinchos do frango-d’água também se ouvem com regularidade, mas esta espécie raramente se deixa ver bem. Na Primavera, estes caniçais são frequentados pela garça-vermelha, pelo rouxinol-pequeno-dos-caniços e pelo rouxinol-grande-dos-caniços. No Inverno é habitual ver aqui um ou dois tartaranhões-dos-pauis (que patrulham este local e o vizinho Parque Ambiental – ver abaixo) e ainda o chapim-de-faces-pretas. As zonas arborizadas ao longo das avenidas são frequentadas por pintassilgos, verdilhões e, por vezes, bandos de pegas-azuis. Com sorte poderá ver aqui algum pica-pau-verde.

Nas imediações de Vilamoura existem diversos campos de golfe (geralmente visíveis a partir das estradas), onde é habitual ver-se bandos de galeirões, garças-boieiras e outras aves aquáticas.

 

O Parque Ambiental de Vilamoura situa-se um pouco a oeste. Neste local existem três locais de interesse: duas charcas (ambas com observatórios) e a Estação de Tratamento (ETAR).
Existem duas formas de chegar a este local. A primeira consiste em seguir pela N125 até ao km 81,7 virando na direcção da Praia da Oura. Um quilómetro mais adiante, no lugar de Cerca da Areia, vira-se novamente à esquerda na direcção de Quarteira. Por fim, ao chegar perto da Estalagem da Cegonha / Centro Hípico de Vilamoura, deve procurar-se a rotunda número 1 e a partir daí segue-se por um caminho de terra (onde por vezes aparecem bandos de perdizes) durante 2,2 km – o último quilómetro encontra-se em mau estado mas pode geralmente ser percorrido de carro, excepto após grandes chuvadas. A segunda forma consiste em sair de Vilamoura pela “estrada de Albufeira” e virar à esquerda por um caminho de terra que conduz à ETAR. A partir daqui a visita é feita a pé por um caminho que contorna a referida ETAR pelo lado nascente, que conduz também ao Parque Ambiental.

Na ETAR propriamente dita é frequente haver algumas aves aquáticas, sobretudo no Inverno, como a frisada, o pato-trombeteiro, o zarro-comum, o zarro-negrinha, o galeirão e a gaivota-d’asa-escura. Ocasionalmente aparecem aqui alguns flamingos.

Logo após a ETAR existem indicações para os observatórios. Cada um destes observatórios está situado junto a uma charca com caniços. Nos últimos anos tem havido aqui observações regulares de zarros-castanhos, espécie rara em Portugal. Neste local observam-se também o caimão, o mergulhão-pequeno, a galinha-d’água e o guarda-rios, assim como alguns passeriformes, tais como o rouxinol-bravo e, no Inverno, o pisco-de-peito-azul, a felosa-comum e o chapim-de-faces-pretas. Este local também é frequentado por duas espécies não autóctones, que foram introduzidas no nosso país: o bico-de-lacre e o tecelão-de-cabeça-preta.

Ainda no Parque Ambiental, os campos envolventes são frequentados por diversas espécies de passeriformes; no Outono ocorrem os migradores, como o chasco-cinzento, e no Inverno observam-se aqui a alvéola-branca e a petinha-dos-prados. Na Primavera as espécies mais comuns são a fuinha-dos-juncos e o trigueirão.

Melhor época: Outono, Inverno, Primavera

Distrito: Faro
Concelho: Loulé
Onde fica: na costa sul do Algarve, a meio caminho entre Albufeira e Faro e poucos quilómetros a oeste de Quarteira. O acesso a Vilamoura é feito pela A22, saindo no nó que indica Quarteira e Vilamoura. Em alternativa pode seguir-se pela N125 a partir de Faro, Loulé ou Albufeira.