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Coruche
O concelho de Coruche, com 1121 km2 de
área, é o décimo maior do país. Nesta
região encontra-se uma das maiores e mais
bem conservadas manchas florestais do
território nacional, composta sobretudo por
um misto de sobreiros e pinheiros. O
concelho é atravessado pelo rio Sorraia e
pelo seu principal afluente, a ribeira do
Visita:
Toda a área é percorrida por uma rede de estradas de terra batida que são
facilmente acessíveis por automóvel. O percurso aqui sugerido, com cerca de 65 km
de extensão, permite percorrer algumas dessas estradas e pode ser realizado em
ambos os sentidos. Para melhor observar as várias espécies, poderá optar-se por
realizar pequenos percursos a pé ou pontos de paragem.
Realizando o percurso no sentido dos ponteiros do relógio, deverá começar-se em
Coruche e sair em direcção a leste, tomando a estrada para Erra. Os primeiros 10
km são alfaltados e a estrada segue a várzea do Sorraia. Ao longo deste troço é
possível observar facilmente espécies típicas de zonas abertas, como a
garça-boieira, o abibe, a cotovia-de-poupa e o picanço-real. Ao longo das valas
observa-se, por vezes, o bengali-vermelho.
A seguir a Erra, a estrada vira para norte e começa a subir - entramos agora na
zona florestal, que aqui é composta por bosquetes de pinheiro, eucalipto e
sobreiro. A estrada deixa de ser asfaltada e a densidade de tráfego é muito
reduzida, pelo que esta é uma zona pouco perturbada. Adicionalmente, apresenta o
atractivo de ter poucas vedações, permitindo uma grande liberdade de movimentos.
Esta parte do percurso é especialmente favorável para encontrar passeriformes
florestais, destacando-se a trepadeira-azul e a cotovia-arbórea, que na Primavera
podem ser ouvidas a cantar com frequência. O percurso passa por Feixe (um
pequeno lugar com apenas três casas) e pelo radar meteorológico da Cruz do Leão.
Uma visita nocturna a este local permitirá facilmente ouvir a coruja-do-mato e, na
Primavera, o noitibó-de-nuca-vermelha.
Ao fim de mais alguns quilómetros, surge um cruzamento, com a indicação "Santa
Justa", devendo seguir-se esta estrada até à localidade com o mesmo nome.
Seguidamente passamos a estreita ponte sobre o rio Sorraia, onde vale a pena
fazer uma paragem (de preferência na margem sul, onde a luz é mais favorável).
Este local é frequentado por inúmeras aves aquáticas e ribeirinhas, destacando-se:
na Primavera, a andorinha-das-barreiras, o borrelho-pequeno-de-coleira e o
rouxinol-grande-dos-caniços; no Inverno, a petinha-ribeirinha e o guincho-comum;
e em qualquer época do ano, a garça-real, a garça-branca-pequena, o
rouxinol-bravo e o exótico bico-de-lacre.
Depois de passar o Couço, segue mais ou menos a direito atravessando uma zona
florestal um pouco menos densa; apos alguns quilómetros, o caminho começa a
descer e cruza transversalmente a ribeira do Divor, através de uma ponte nova
(construída em 2014 e que veio substituir a antiga, que se encontrava em mau
estado). Neste local a ribeira é larga e tem zonas de cascalheira, sendo habitual ver-
se aqui o borrelho-pequeno-de-coleira e a andorinha-das-barreiras.
O percurso prossegue novamente por zonas de montado. Aqui é possivel encontrar
a felosa de Bonelli, o rabirruivo-de-testa-branca e o pica-pau-malhado-pequeno,
juntamente com outras espécies mais comuns. Ao fim de mais alguns km surge um
pequeno açude, que alberga galinha-d’água e, por vezes, garças.
No final do percurso aparece um pequeno troço asfaltado, chegando-se então a
Santana do Mato, onde é possível regressar a Coruche pela N114.
Melhor época: Primavera (Março a Junho)
Distrito: Santarém
Concelho: Coruche
Onde fica: No extremo sueste do Ribatejo, quase na transição para o Alto
Alentejo. O concelho é servido por várias estradas nacionais importantes,
destacando-se a N114 que liga Santarém a Montemor-o-Novo, a N119 que faz a
ligação ao Montijo e a Lisboa e a N251 que segue para leste até Mora e Vimieiro.
Caso pretenda conhecer outros locais para observar aves nesta região, sugerimos:
A Ribeira do Divor é composta por cascalheira e ladeada por uma longa galeria ripícola
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Uma grande parte do concelho encontra-se coberta por matas mistas de pinheiro e sobreiro.
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Aves aquáticas:
garça-branca-pequena, garça-real, galinha-d’água,
borrelho-pequeno-de-coleira
Grandes aves terrestres:
garça-boieira, águia-calçada, abibe, pombo-torcaz, cuco-canoro,
coruja-do-mato, noitibó-de-nuca-vermelha, abelharuco, poupa,
pica-pau-malhado-grande, pica-pau-malhado-pequeno
Passeriformes:
cotovia-de-poupa, cotovia-arbórea, andorinha-das-barreiras,
andorinha-dáurica, petinha-riberinha, carriça, pisco-de-peito-ruivo,
rouxinol-comum, rabirruivo-de-testa-branca, rouxinol-bravo,
felosa-poliglota, toutinegra-de-barrete-preto, felosa-de-bonelli,
felosa-ibérica, chapim-de-poupa, trepadeira-comum, trepadeira-azul,
picanço-real, picanço-barreteiro, gralha-preta, estorninho-preto,
bico-de-lacre, bengali-vermelho, pardal-francês, bico-grossudo,
escrevedeira-de-garganta-preta, trigueirão
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Divor - ambos os cursos de água são ladeados por galerias ripícolas bem
desenvolvidas. Numa grande parte do concelho, a densidade de ocupação humana é
muito baixa, o que faz desta uma zona particularmente tranquila, bastante propícia
à observação de aves.