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Mindelo
A área protegida mais antiga de Portugal, a Reserva
Ornitológica de Mindelo (ROM), tem uma elevada
importância histórica no panorama ornitológico
português. Fundada a 2 de Setembro de 1957, em
grande parte através do esforço de Joaquim Santos
Júnior (professor da Faculdade de Ciências da
Universidade do Porto), durante as primeiras décadas
foram desenvolvidos muitos trabalhos sobre a avifauna
do local, com particular destaque para as campanhas de
anilhagem de rola-brava.

Aves aquáticas:
pato-real, corvo-marinho-de-faces-brancas, garça-real, galinha-d'água,
maçarico-galego, pilrito-comum, pilrito-das-praias,
borrelho-de-coleira-interrompida, borrelho-grande-de-coleira,
borrelho-pequeno-de-coleira, maçarico-das-rochas, rola-do-mar,
narceja-comum, guincho-comum, gaivota-argêntea, garajau-comum,
guarda-rios
Grandes aves terrestres:
bútio-comum, gavião-da-europa, peneireiro-vulgar, pombo-torcaz,
mocho-galego, noitibó-da-europa, andorinhão-preto, poupa, pica-pau-verde,
pica-pau-malhado-grande
Passeriformes:
laverca, cotovia-de-poupa, andorinha-das-barreiras, alvéola-branca, carriça,
ferreirinha-comum, pisco-de-peito-ruivo, pisco-de-peito-azul, rabirruivo-preto,
cartaxo-comum, chasco-cinzento, tordo-comum, fuinha-dos-juncos,
toutinegra-de-cabeça-preta, toutinegra-de-barrete-preto, felosa-comum,
estrelinha-de-cabeça-listada, chapim-rabilongo, chapim-de-poupa,
chapim-carvoeiro, trepadeira-comum, gaio, pega-rabuda, estorninho-malhado,
estorninho-preto, lugre, bico-de-lacre, pintarroxo
Melhor época: Setembro a Março
Distrito: Porto
Concelho: Vila do Conde
Onde fica: Para quem vem do Porto ou de Viana do Castelo o melhor acesso é pela
A28, tomar a saída 14 (Mindelo), e depois seguir pela N13 para norte até uma
rotunda com uma bomba de gasolina da Cepsa - virar no sentido do Parque de
Campismo de Árvore, e aí virar para a direita até ao estuário do Ave.
Caso pretenda conhecer outros locais para observar aves nesta região, sugerimos:
O estuário do rio Ave é um dos melhores locais para observar aves
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As dunas entre Árvore e Mindelo têm um passadiço que facilita a visita à área protegida
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Visita:
O local mais indicado para começar a visita é junto ao estuário do Ave, onde é
mais fácil estacionar um carro. Perto do final da estrada há um pequeno caminho
voltado para o estuário (geralmente vedado por uma corrente, a fim de impedir a
passagem dos carros), que dá acesso a uma plataforma a partir da qual se
consegue ver quase todo o estuário. A partir da plataforma é fácil observar várias
espécies (dependendo da altura do ano): garça-real,
corvo-marinho-de-faces-brancas, guarda-rios, gaivota-argêntea, guincho,
garajau-comum, pato-real, borrelho-grande-de-coleira, pilrito-comum,
maçarico-das-rochas ou pisco-de-peito-azul. São também comuns várias espécies
de andorinhas, sobretudo andorinha-das-chaminés e andorinhas-das-barreiras,
sendo que estas são mais comuns junto à foz da pequena ribeira que desagua no
estuário. Na zona envolvente ao estuário é comum observar fuínha-dos-juncos,
cotovia-de-poupa, pintarroxo, chasco-cinzento, bico-de-lacre e estorninho-preto
(no Inverno juntam-se a estes alguns estorninhos-malhados).
Eventualmente, a área foi ficando esquecida, degradada, e engolida pelo
desenvolvimento urbanístico da região. Recentemente, em 2009, foi reclassificada
como Paisagem Protegida Regional do Litoral de Vila do Conde e Reserva
Ornitológica de Mindelo (abaixo referida apenas por ROM, por simplicidade), e
continua a nível local a ter uma importância muito grande para a avifauna dada a
grande diversidade de habitats que nela podemos encontrar.
A área original da ROM, situada no concelho de Vila do Conde, incluía a zona
florestal, agrícola e dunar das freguesias de Mindelo e Árvore e o estuário do Ave
em Azurara. Presentemente, a reserva perdeu uma boa parte do seu sector nuclear
original, mas ganhou nova área para sul de Mindelo até à foz do rio Onda, ocupando
nesta nova porção sobretudo a faixa litoral.



Continuando para sul no passadiço, há várias entradas para a zona florestal e
agrícola da reserva. O percurso sugerido contorna algumas antigas masseiras
(campos de cultivo escavados nas dunas) e sebes com canas até chegar à grande
duna fóssil. Do outro lado há um grande campo agrícola onde no Inverno se
podem observar bandos de fringilídeos (tentilhão-comum, chamariz, verdilhão,
pintarroxo), bico-de-lacre, alvéola-branca, pardal-comum, laverca e pombo-torcaz
.Ocasionalmente pode-se observar bútio-comum, poupa e peneireiro. No campo há
uma zona alagada onde no Inverno ocorre com frequência a narceja-comum. Na
extremidade do campo agrícola, junto às casas, é fácil observar o rabirruivo-preto e
a rola-turca, e durante a noite é frequente escutar vocalizações do mocho-galego.
Os campos agrícolas são ideais para a observação de bandos de passeriformes no Inverno
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Contornando o campo agrícola regressamos à zona florestal, na qual há muitos
trilhos (aconselha-se o uso dos caminhos dos tractores). No bosque misto
podem-se observar ou escutar com frequência pisco-de-peito-ruivo, carriça,
melro-preto, tordo-comum, toutinegra-de-barrete-preto, felosa-comum,
estrelinha-de-cabeça-listada, todas as espécies comuns de chapim (incluindo o
chapim-de-poupa, que é relativamente comum), ferreirinha, gaio,
pica-pau-malhado-grande e gavião-da-europa. Durante a noite, no Verão, pode-se
ouvir o noitibó-da-europa nesta zona. Seguindo de regresso para norte, passamos
por várias zonas de matagal, nas quais se pode escutar a
toutinegra-de-cabeça-preta.
A zona florestal da ROM é constituída por pequenos bosques (sobretudo pinhais, carvalhais e eucaliptais)
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